Uma nova determinação pode banir das propagandas veiculadas na Austrália modelos com corpos que não pareçam “reais”. Na última semana, a Associação Australiana de Anunciantes Nacionais (AANA) atualizou o Código de Ética para evitar imagens com corpos “irreais e inatingíveis”.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o texto diz que “propagandas e comunicações de marketing não devem retratar um corpo ideal irreal, retratando corpos ou características que são irreais ou inatingíveis por meio de práticas saudáveis”, principalmente quando utilizar modelos ou outras pessoas influentes em redes sociais.
Pela nova determinação, qualquer pessoa do público pode questionar o descumprimento da nova orientação, e que propagandas que descumprirem as orientações deverão ser corrigidas ou removidas das transmissões públicas.
Christine Morgan, diretora da Fundação Butterfly – que auxilia pessoas com distúrbios alimentares -, alertou que “os chamados corpos ‘ideais’ podem desencadear uma insatisfação com o corpo e se traduzir em comportamentos perigosos”.
De acordo com uma pesquisa de 2017, a imagem corporal está entre as três principais preocupações entre jovens australianos. Para Bec Brideson, que presta consultoria sobre questões de gênero na indústria de propaganda do país, é importante que a responsabilidade seja colocada nos clientes, ao invés das agências, já que são eles que determinam quem fará as propagandas. Bec acredita que o a “indústria construída por homens” é a razão para se demorar tanto em acabar com corpos irreais em propagandas.
Na avaliação de Simone Brandon, diretora de política e regulação da AANA, com a nova determinação o risco de um prejuízo significante na reputação dos anunciantes será particularmente alto caso eles encoragem práticas que não são saudáveis para o público jovem.
Bahia Notícias