Embora haja fortes indícios de que o corpo seja, de fato, de Maldonado — havia roupas do jovem de 28 anos identificadas por seu irmão e pedaços de documentos em seu nome —, a família do artesão se negou a reconhecê-lo até que seja realizado um teste de DNA pelo Necrotério Judicial do Corpo Médico Forense do Supremo Tribunal de Justiça da Argentina. O resultado deve sair entre três e quinze dias.
Relembre o caso
Santiago Maldonado sumiu no dia 1º de agosto, na província de Chubut, no sul da Argentina. Ele participava de um protesto de ativistas indígenas, reclamando terras ancestrais, perto da fronteira com o Chile, adquiridas pela empresa Benetton nos anos 1990.
Desde então, a família do jovem, movimentos sociais e organizações de defesa dos direitos humanos têm feito campanha — nas ruas e nas redes sociais — pela aparição com vida de Santiago Maldonado. Trata-se do primeiro caso de desaparecimento forçado desde o fim da ditadura militar, de acordo com especialistas.
O episódio ganhou relevância nacional e internacional, virando tema da campanha eleitoral em curso, que vai renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. A eleição é considerada um termômetro para medir o nível de satisfação dos argentinos com a primeira metade de governo do presidente Mauricio Macri.
Na terça-feira (17), o corpo de um homem, resgatado em um rio da Patagônia na região onde Santiago desapareceu, reacendeu os ânimos da população a poucos dias para as eleições legislativas de domingo (22). Na última semana, o noticiário argentino foi dominado por especulações e teorias conspiratórias — inclusive a de que o corpo havia sido “plantado” para encerrar as investigações em curso.
R7