O empresário Milton Schahin, sócio do grupo que leva seu sobrenome, assinou no fim de janeiro o acordo de delação premiada com a força tarefa de Curitiba. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Schahin comprometeu-se a pagar R$ 7 milhões de multa.
Os executivos José Antônio Schwartz e Edison Freire Coutinho, ambos do grupo Schahin, também fecharam acordos de delação. Cada um foi condenado a pagar R$ 500 mil de multa.
Milton Schahin cumprirá três meses de prisão domiciliar com monitoramento de tornozeleira eletrônica, além de nove meses em regime semiaberto domiciliar, podendo sair de sua residência entre 7h e 21h. Já Schwartz e Coutinho, que estão em liberdade, terão que cumprir parte da pena em regime fechado, ou seja, irão para a cadeia, apesar de ter negociado as tratativas em liberdade.
Este acordo é uma das novidades nas negociações de delação na Operação Lava Jato. Segundo envolvidos na negociação, a data da prisão ainda não foi definida. O acordo dos dois executivos já foi homologado, já o do acionista do grupo aguarda a validação.
O sócio do grupo foi condenado juntamente com seu irmão, Salim Schahin, na ação que investigou o empréstimo de R$ 12 milhões que o banco Schahin concedeu ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. O dinheiro foi direcionado ao PT para pagar dívidas de campanha.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou em 2015, Salim disse no acordo de delação premiada que representantes o aval do ex-presidente Lula foi decisivo para que o grupo conseguisse um contrato bilionário com a Petrobras em 2007 para operar o navio-sonda Vitória 10.000.
Segundo ele, o contrato foi uma compensação em troca do perdão dos R$ 12 milhões da sigla junto ao banco Schahin.