O corpo encontrado por mergulhadores da Prefeitura Naval (órgão ligado ao Ministério de Segurança da Argentina) é o de Santiago Maldonado, segundo confirmou seu irmão, Sérgio Maldonado, após sair do necrotério judicial Forensic Medical Corps, onde fez o reconhecimento, nesta tarde de sexta-feria (20). As informações são do jornal Clarin.
— Reconhecemos as tatuagens, estamos convencidos de que é Santiago.
O corpo foi encontrado ao meio-dia de terça-feira (17) no rio Chubut. Foi decisiva a ajuda de cães especialmente treinados para pesquisar restos mortais humanos na água. Antes do reconhecimento, foi realizada a autópsia.
A busca pelo corpo, desaparecido desde o último dia 1 de agosto, foi ordenada pelo juiz Gustavo Leal, que há três semanas comanda a investigação.
A demora na remoção do cadáver ocorreu em função da necessidade de os especialistas das partes envolvidas no caso estarem presentes. O corpo foi transferido, na noite de terça-feira, para o necrotério de Esquel. Lá ocorreram os primeiros trabalhos de identificação, com a participação de membros da equipe argentina especializada em antropologia forense.
Desde o desaparecimento de Santiago Maldonado, de 28 anos, o país se perguntava o que teria acontecido com o tatuador (profissão que ele exercia). O governo do presidente Mauricio Macri foi cobrado, principalmente por opositores como a ex-presidente Cristina Kirchner, candidata ao Senado nas eleições parlamentares de domingo (22), que acusava o governo de não se esforçar em busca de respostas.
A polêmica tomou conta do debate eleitoral, alcançando repercussão internacional, já que foi o primeiro caso de desaparecimento ligado a um assunto político desde a última ditadura no país (1976-1983).
Isto porque Santiago Maldonado sumiu no dia 1º de agosto, na província de Chubut, sul da Argentina, a 80 quilômetros da estação de esqui de Bariloche, enquanto participava de manifestação de ativistas indígenas que bloquearam uma estrada, reivindicando terras ancestrais, próximas à divisa com o Chile, e que desde 1990 haviam sido compradas pela empresa italiana Benetton.
Forças de seguranças (chamadas de gendarmes) chegaram ao local para desbloquear a via. Maldonado, segundo relatos, foi visto pela última vez sendo arrastado pelos policiais.
R7