Leitores da coluna devem estar lembrados de que comentamos aqui sobre os automóveis com motores 1.0, chamados no passado de “populares”. Tinham baixa potência e obrigavam o motorista a pisar fundo no acelerador. O resultado não poderia ser diferente: o consumo de um carro 1.0 acabava sendo maior que o de motores de maior cilindrada, como 1.4, 1.5 ou 1.6. Exatamente o contrário do que se pretendia para o “popular”. Uma das provas disso é o registro da General Motors no sistema de etiquetagem de consumo veicular do Inmetro. Os resultados do Chevrolet Onix com motores 1.0 e 1.4 indicam que o modelo 1.0 ganhou apenas a letra B na classificação do seu segmento enquanto o 1.4 foi agraciado com a letra A, ou seja, entre os melhores de sua categoria.
Como funciona o sistema de etiquetagem do Inmetro? A fábrica simula testes de laboratório que se aproximam o máximo possível do consumo real do automóvel no dia-a-dia. Os resultados são enviados para o Inmetro e comparados então com outros modelos do mesmo segmento. A divisão em segmentos é feita pelo tamanho do automóvel, subcompactos formam uma categoria, carros médios estão numa outra. Assim como os grandes. Utilitários esportivos, picapes, são todos comparados de acordo com a área que ocupam (comprimento x largura). Estes valores de consumo, comparados, resultam numa classificação em notas que variam de A para B, C, D, E . O “A” indica o menor consumo na categoria. Que vai aumentando até o maior “esponja” do grupo, que ganha letra “E”. Estes valores podem não representar exatamente o consumo do carro no dia-a-dia, mas são bons referenciais. Ou seja, indicam quem bebe mais e quem bebe menos.
No caso específico do Onix, o modelo 1.4 tem consumo inferior ao 1.0 em quase todas as avaliações: na cidade, na rodovia, com etanol ou com gasolina. A rigor, o consumo do Onix 1.0 só conseguiu empatar com o 1.4 na avaliação com gasolina, no trânsito urbano, onde ambos rodaram 11,5 quilômetros por litro.
R7