O presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), cirurgião oncológico Ricardo Antunes, alerta para o perigo do preconceito e medo de muitos homens em não se submeter a exames preventivos de câncer de próstata. A doença é a segunda maior causa de morte de pessoas do sexo masculino, depois do câncer de pulmão.
Para ele, com maior conscientização sobre a prevenção, as chances de cura seriam maiores além de haver uma redução nos custos de tratamento. “É preciso ter em mente que o maior desafio de saúde no mundo , apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é o surgimento de 20 milhões de casos novos de câncer. Metade dos afetados vem à óbito. No Brasil, 30% dos mais de 60 mil novos casos de câncer em homens correspondem à incidência de tumores malignos”, destacou o especialista.
O presidente da SBC lembra que a campanha do Novembro Azul surgiu na Austrália em 2003 para alertar sobre a necessidade de os homens cuidarem melhor de sua saúde, especialmente nos cuidados preventivos, como o toque retal, onde o médico pode perceber o aumento da glândula, e o PSA, exame de sangue pelo qual pode-se detectar a enzima produzida pela próstata. Os exames devem ser realizados anualmente a partir dos 50 anos. Em caso de histórico familiar, os exames devem ser realizados a partir dos 45 anos.
Para Ricardo Antunes, o grande desafio é que “existem dois grandes fantasmas que aterrorizam os homens: o medo de uma evolução para disfunção erétil e incontinência urinária”. Ele garante, no entanto, que houve um grande avanço no conhecimento científico e na medicina para tratamento e que deixar para buscar a cura tardiamente implica em altos custos e perda da qualidade vida, além do risco de morte. As causas da doença ainda são desconhecidas. Mas há evidências de maior risco em casos de histórico familiar, dieta a base de carnes vermelhas e gorduras, que consomem mais álcool ou fazem uso de tabaco.
A doença é menos comuns entre os que dão preferência para alimentos à base de frutas e vegetais, entre eles tomate, cenoura e leguminosas (feijões, ervilha e soja). O presidente da SBC também defende a necessidade de um aporte maior de recursos destinados a exames preventivos e mais acesso aos tratamentos de cura, pois o tempo de espera de um paciente no Sistema Único de Saúde (SUS) chega a demorar até seis meses.
Bahia Notícias