Poucos itens transmitem tanta segurança ao motorista quanto o freio. Não é por acaso que o sistema é um dos mais importantes do veículo e para muitos supera até mesmo o motor. As montadoras investem pesado e oferecem diferentes freios e combinações de sistemas. “Existem os freios a disco, freios a tambor, com sistema ABS (que evita o travamento das rodas em uma frenagem de emergência e proporciona mais segurança). Além disso, os carros também podem vir equipados com freios a disco nas rodas dianteiras e a tambor nas traseiras, com ou sem ABS. Freios dianteiros a tambor são muito comuns em veículos antigos. Alguns superesportivos atuais têm freios com discos compostos de carbono e cerâmica, um material que reduz drasticamente a distância de frenagem”, explica o consultor automotivo Olívio Netto.
O sistema de freio, segundo o especialista, trabalha por meio de um sistema de pistões, mangueiras flexíveis e pequenos tubos de metal, por onde circula o fluido. “Ao pisar no pedal, o cilindro-mestre, que pressuriza o fluido, é acionado. É esse fluido que transmite a pressão exercida no pedal até as rodas, colocando para atuar os mecanismos para a frenagem”, explica.
Manutenção é tudo
Para manter o sistema de freios sempre em dia é essencial seguir o plano de manutenção de cada veículo. “Veículos blindados devem ter as suas manutenções, de uma forma geral, antecipada por causa do peso extra. O motorista deve verificar periodicamente o reservatório do fluido do freio. O nível deve estar correto e não apresentar bolhas. Se na frenagem ocorrer um chiado, verifique o estado das lonas e pastilhas. Deixar de trocar as pastilhas ou lonas nas épocas próprias, danifica discos ou tambores, o que torna a manutenção mais cara. Para maior economia do sistema, use o freio motor. Ou seja, acostume-se a desacelerar (quando você tira o pé do acelerador o próprio motor funciona como uma espécie de freio) antes de acionar o freio, essa atitude é mais econômica e segura”, orienta Olívio Netto, reforçando que o freio de mão não deve ser acionado com o veículo em movimento.
Fique atento aos barulhos
De acordo com o especialista, o fluido de freio deve ser trocado uma vez por ano. “Com o tempo o fluido absorve umidade e perde eficiência. Quem tem ABS instalado pode sentir o pedal do freio vibrar em caso de emergência. Isso é normal e indica que o ABS está regulando a frenagem para não ocorrer o travamento das rodas. Mas, cuidado, se a vibração chegar a ser desconfortável e acontecer em uso normal, significa defeito no sistema e, provavelmente, a luz do sistema ABS irá acender no painel do veículo. Quanto maior a tecnologia do sistema de freio, maior tem que ser a sofisticação da oficina mecânica”, diz Olívio Netto, que também recomenda: “Evite fazer a manutenção dos freios de seu veículo em mecânicas de qualidade duvidosa”.
Carro “puxando” para um dos lados
Nem sempre o fato de o carro estar “puxando” para um lado ou para o outro significa problema de freio. Nesse caso, pode indicar problema de alinhamento e de geometria da direção. “Outros motivos podem provocar este problema como, por exemplo, a pressão do pneu dianteiro esquerdo estar diferente da pressão do pneu dianteiro direito. Isso pode fazer o carro ‘puxar’ para um lado. Neste caso, basta calibrar os pneus. Se o freio da roda dianteira esquerda estiver prendendo um pouquinho, vai também fazer com que o carro ‘puxe’ para a esquerda. E até mesmo uma diferença de desgaste entre os pneus direito e esquerdo pode resultar neste problema. Em caso de dúvida, experimente trocar uma roda pela outra: se o carro passar a ‘puxar’ para o outro lado, está determinada a causa do problema. O carro pode também estar ‘puxando’ ao ser freado. Será um defeito nos freios? Talvez. O carro ainda pode ter ‘puxado’ porque naquele lugar o piso estava molhado de um lado e seco do outro. Experimente frear novamente para ver se ele volta a ‘puxar’. Se todos estes problemas foram verificados e nenhuma anormalidade for registrada, então está na hora de levar o carro para a oficina e verificar o sistema de freios. Uma das causas mais comuns é o entupimento das mangueiras. Esse defeito pode desgovernar o veículo em uma freada mais brusca. Nos carros com freios a disco, há a hipótese de pistões engripados por sujeira ou corrosão. Discos empenados e pinças com problemas também podem fazer o carro ‘puxar’ para os lados a frear”, explica.
Assobios e ruídos
Segundo o consultor, os assobios podem ser decorrentes do tipo de material usado na fabricação das pastilhas e, após alguns quilômetros rodados, o ruído tende a cessar. “O desgaste das pastilhas ou dos discos também produz barulhos. Com o tempo, forma-se uma borda em volta dos discos, que entra em atrito com as pastilhas. Ruídos mais fortes que assobio podem indicar pastilhas completamente gastas. Trepidações podem ser causadas por discos empenados ou tambores com deformações e, dependendo do caso, pode ser necessário substituir as peças defeituosas”, esclarece.
Nível baixo de fluido de freio
Olívio Netto alerta que se o fluido de freio estiver sendo consumido muito rápido, pode indicar um problema mais sério. “Se o nível do fluido baixa muito rápido, há vazamento. Em geral, eles ocorrem no cilindro mestre, nos cilindros das rodas e nas mangueiras”, diz.
Pedal duro e pedal baixo
Geralmente aquele pedal mais duro tem um problema no hidrovácuo, também conhecido por servofreio. “Esse sistema utiliza o vácuo gerado pelo motor em funcionamento para multiplicar a força do pé do motorista sobre o pedal. Independentemente da causa, o motorista deve procurar o mecânico”, sugere Olívio Netto. Já o pedal de freio deve ter o seu curso até a metade e passar a impressão de que chegou ao seu limite. “Quando o pedal está muito baixo, o motorista deve procurar rapidamente a verificação e o reparo. Falta de óleo no cilindro mestre, que controla o sistema, vazamentos ou falta de regulagens podem ser as causas para o pedal de freio baixo. Vale lembrar que a segurança da frenagem depende também de componentes como amortecedores, molas, pneus e rodas alinhadas, entre outros fatores”, comenta o consultor.
Pistas molhadas e escorregadias
De acordo com o especialista, em primeiro lugar, é necessário que o motorista se antecipe e dirija com responsabilidade e cautela, tanto em pisos secos quanto em pisos molhados. “O motorista deve dirigir com velocidade moderada e manter uma distância considerável do veículo da frente. Em comparação com a pista seca, o espaço de frenagem, em uma pista molhada, aumenta consideravelmente. Em carros sem o sistema ABS, o motorista deve frear controlando o instinto de afundar o pé no pedal em caso de emergência. É necessário frear gradativamente e ir aliviando o pé do pedal quando sentir que está chegando no limite do travamento das rodas. Não é algo fácil de se fazer em uma emergência e com a pista molhada. Por isso, a necessidade de se antecipar para evitar surpresas desagradáveis”, recomenda.
R7