No fim de novembro será paga a primeira parcela do 13º salário para trabalhadores com carteira assinada, aposentados e pensionistas. No Brasil, cerca de 85,5 milhões de pessoas receberão o benefício, que deve injetar R$ 250 bilhões na economia este ano, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Este valor extra deve ser usado com cautela, planejamento e para quem tem dívidas a prioridade é usá-lo para quitá-las e parar de pagar juros inerentes ao crédito, como explica o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Unijorge, Adriano Araújo.
“O credor deve listar todos os débitos em aberto, começando pelos que têm juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial. Se possível, deve usar a quantia para quitar as dívidas à vista e negociar um abatimento. Caso não seja possível pagar tudo de uma vez, comece pelas dívidas mais caras e dê uma entrada considerável para reduzir o valor das parcelas a serem pagas”, indica o coordenador.
Para quem está livre de débitos, esta é uma oportunidade de usar o benefício para criar uma reserva de emergência ou fazer investimentos. Adriano indica que para investir é necessário fazer inicialmente uma análise de perfil de investidor e determinar os objetivos financeiros. Isso vai auxiliar na escolha dos investimentos adequados às necessidades e de acordo com os produtos disponíveis no mercado.
Uma outra opção possível para o trabalhador é separar uma parte do valor para pagar contas de início do ano como IPTU, IPVA, material escolar e iniciar o ano com mais folga. Há quem prefira usar o décimo terceiro para as compras de Natal, para arrumar a casa, para trocar de carro ou fazer uma viagem de férias. Nestes casos, a orientação é controlar a ansiedade antes de sair comprando, traçar um planejamento de gastos, fazer pesquisas de preços e seguir o orçamento estabelecido.
“O consumidor deve evitar as compras por impulso. Pode separar um valor e negociar o preço à vista, para evitar iniciar o ano com dívidas e não comprometer a organização financeira nos próximos meses”, diz.
Como calcular o 13º salário
E para quem ainda tem dúvidas de quanto vai receber de décimo terceiro, o professor esclarece o cálculo utilizado. O benefício integral do salário do funcionário deverá ser dividido por 12 e o resultado deve ser multiplicado pela quantidade de meses de serviço do trabalhador dentro do ano vigente. Adicional noturno, horas extras, comissões e insalubridade também integram o 13º salário, bem como a quantidade de faltas não justificadas também irão interferir no valor final. Como o valor deve ser pago em duas parcelas, o resultado deve ser dividido por dois. Na primeira, não haverá a incidência de INSS e IRRF, somente na segunda. Já o FGTS incidirá sobre o valor pago de acordo com a competência, sendo recolhido junto à folha de pagamento.