Protesto atinge todo o estado e acontece por garantias de direitos trabalhistas, recomposição salarial e qualidade da educação pública superior
Em defesa dos direitos trabalhistas e da educação pública superior de qualidade, nesta próxima terça-feira (30), as quatro Universidades Estaduais Baianas (Ueba) farão paralisação, por 24 horas. O protesto será com portões fechados e inclui todas as atividades acadêmicas e administrativas da Uneb, Uefs, Uesc e Uesb. No Campus da Uneb de Salvador, a partir das 8h30, professores, técnico-administrativos e estudantes darão um abraço simbólico da universidade para demonstrar a união da comunidade acadêmica em defesa da educação pública. No local também será oferecido um café da manhã.
Na Uneb que é composta por 24 campi, espalhados por todo o estado, a paralisação foi aprovada em assembleia geral docente, em 15 de maio. Durante a atividade, todas as falas dos professores demonstraram indignação com o descaso e falta de vontade política, do governo Rui Costa, com as Ueba. As sugestões de encaminhamentos da categoria docente também convergiram para a necessidade de aumentar a radicalização, visto que o governo não demonstra disposição para negociar.
Reivindicações
Para a diretoria da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb), entre os principais desrespeitos do governo estadual com os professores das Ueba, está o descaso com os direitos trabalhistas dos professores e técnico-administrativos. Somente na Uneb, desde o final de 2015, os processos travados de docentes, pela Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb), relacionados a direitos trabalhistas, somam 489. Desses, 234 são progressões, 150 promoções e 105 alterações de regime de trabalho. Esses direitos são garantidos pelos Estatutos do Magistério Superior e do Servidor Público da Bahia.
De acordo com cálculos do Fórum das Associações Docentes das Ueba, após o acúmulo da inflação dos últimos dois anos, período em que Rui Costa negou o pagamento da reposição inflacionária à categoria, a reivindicação salarial deste ano é de 30,5%. O cálculo é o resultado da soma das perdas ocasionadas pela inflação de 2015 e 2016, acrescido de uma política de recomposição salarial.
Precarização
O baixo repasse orçamentário do Estado também não supri as demandas das universidades em questões relacionadas a ensino, pesquisa, extensão, investimentos e infraestrutura. A falta de concursos públicos, para a ampliação de vagas a docentes e técnicos, leva à sobrecarga de função ou a impossibilidade de oferecer disciplinas curriculares.
A falta de recursos também impacta a vida estudantil. São constantes os atrasos de bolsas de pesquisa, faltam postos médicos, moradias estudantis e creches. Nenhum dos 24 campi da Uneb possuem restaurante universitário.
Com a pauta de reivindicações 2017 protocolada, desde dezembro do ano passado, até o momento, o governo não demonstra disposição em negociar nenhum dos itens da pauta. Ainda segundo a diretoria da Aduneb, caso a postura intransigente do governo continue, a greve será o caminho inevitável.