O principal objetivo dos brasileiros que possuem alguma reserva financeira é se proteger contra situações imprevistas e não necessariamente realizar um sonho ou fazer compras.
Segundo as informações reveladas pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), 37% dos poupadores reservam parte de suas rendas para se prevenir contra doenças ou imprevistos em casa, 29% para enfrentar uma possível demissão e 26% para garantir um futuro melhor para seus familiares e outros.
Somente a partir do quarto lugar no ranking de citações é que aparecem opções relacionadas a consumo, como fazer uma viagem (25%), realizar um sonho de compra (19%), bancar os estudos (17%) e reformar a casa (16%).
O estudo aponta ainda que, ao longo do mês de maio, pouco mais da metade dos poupadores (52%) precisaram dispor de parte de suas reservas financeiras, sendo que 18% as usaram para fazer frente a despesas extras, 15% para pagar as contas da casa e 11% para pagar dívidas. Já os imprevistos foram citados por 8%.
A maior parte dos brasileiros também diz não ter o hábito de poupar. De acordo com a sondagem, 35% dos consumidores dizem guardar parte da renda habitualmente, sendo que 31% poupam o que sobra do orçamento e 5% economizam sempre o mesmo valor.
O Indicador de Reserva Financeira revela ainda que 75% dos entrevistados não conseguiram guardar nenhuma parte de seus rendimentos em maio. Com isso, o número de poupadores tem se mantido estável desde janeiro.
Entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 42% justificam receber um salário muito baixo, o que inviabiliza ter sobras no fim do mês. Outros 18% foram surpreendidos por algum imprevisto financeiro e 16% relataram falta de controle ou de disciplina nos gastos. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma que muitos consumidores só percebem a importância do hábito de poupar quando se confrontam com uma urgência.
— Desenvolver esse hábito é importante pois, além de trazer segurança, afasta o mau costume de gastar mais do que a renda permite, que pode até trazer uma satisfação imediata, mas compromete o bem-estar financeiro.
R7