Corpos nas ruas e colapso: o relato de um médico equatoriano
Atrás apenas do Panamá como país mais afetado pelo coronavírus na América Latina, com 8 mortes por milhão de habitantes, o Equador registrava ontem 3.368 casos e 145 mortes por causa da covid-19
Atrás apenas do Panamá como país mais afetado pelo coronavírus na América Latina, com 8 mortes por milhão de habitantes, o Equador registrava ontem 3.368 casos e 145 mortes por causa da covid-19. A demora em adotar medidas de restrição de circulação e a negligência no trato da pandemia, que se espalhava rapidamente, explicam a calamidade pela qual passa o país, de 16 milhões de habitantes.
O próprio governo admite que os números devem ser maiores. O país não está realizando os testes massivos em seus habitantes como outros mundo afora e tem observado a curva de crescimento do contágio se elevar diariamente.
No país sul-americano, o epicentro é o porto de Guayaquil, uma cidade com 2,6 milhões de habitantes e grande fluxo de pessoas localizada 400 km ao sul de Quito. Nesta semana, autoridades enfrentaram dificuldades para recolher os corpos de infectados que morrem no meio da rua ou em casa, sem ajuda.
Nos últimos dias, imagens circularam nas redes sociais com corpos de vítimas em calçadas e na rua. Para entender melhor a realidade do país, o Estado ouviu o médico equatoriano Carlos Erazo, professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Equador.