Crianças e idosos são os mais afetados
Dados da Secretaria de Saúde do Estado Bahia (Sesab) mostram que 2.309 baianos morreram em decorrência da pneumonia até julho deste ano. Ainda segundo o órgão, em 2022, foram 4.009 óbitos. O cenário reforça a importância do cuidado com a doença, que é a principal causa de morte em crianças de até 5 anos de idade, conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Com isso, em função do Dia Mundial da Pneumonia, lembrado em 12 de novembro, se alerta para os riscos da doença que ataca os pulmões, podendo ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, na época do inverno, devido à mudança brusca de temperatura.
De acordo com dados mais recentes da Sesab, atualizados até outubro de 2024, pessoas com 80 anos ou mais representam cerca de metade das mortes por pneumonia no estado. Além do número elevado de mortes, a doença também tem grande impacto nas internações hospitalares.
Conforme dados do Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH-SUS), elaborados pela Sesab até agosto de 2024, mais de 57 mil internações por pneumonia foram registradas na Bahia nos últimos dois anos. As crianças de 1 a 4 anos concentraram a maior proporção de hospitalizações (20%), seguidas pelos idosos com 80 anos ou mais, que responderam por 18,5% dos casos.
De acordo com a pneumologista Dra Larissa Voss, a pneumonia pode ser provocada tanto pela bactéria, como por vírus, fungos ou pela inalação de produtos tóxicos. “Nos casos de pneumonia, a tosse é um dos sinais mais comuns da doença. A pneumonia costuma evoluir rapidamente, pois é uma condição aguda. Em poucas horas da infecção, os sintomas começam a atingir o paciente”, explica.
Segundo a médica, a pneumonia afeta principalmente os pulmões que, ao serem inflamados, se enchem de pus e líquido. Ela indica também que os sintomas variam de acordo com a faixa etária. “De modo geral, os sintomas são febre, tosse, dificuldade para respirar e mal estar. Os casos podem evoluir com maior gravidade”, observa.
Da mesma forma, a especialista destaca que também existe a chamada “pneumonia silenciosa”, nome popular dado aos casos em que os sintomas são pouco evidentes.
De modo geral, bebês e crianças pequenas têm mais propensão a desenvolverem quadros graves da doença em relação a adultos saudáveis. “A criança pequena evolui muito mais rapidamente que o adulto saudável para quadros de insuficiência respiratória, por isso ela tende a ser mais grave nessa idade. Os pacientes imunossuprimidos, imunodeficientes ou em situações de desnutrição também estão mais propensos”, afirma.
Dra. Larissa também lembra que os idosos compõem um público de risco para a condição, já que o sistema imunológico está em queda. “Isso sem contar que existe o fator das doenças associadas, que geralmente acometem esse público, como diabetes, hipertensão, cardiopatia, doença renal ou cardíaca. Em geral, os idosos morrem muito mais, enquanto as crianças ficam em segundo lugar, sendo uma importante causa de morte nesse público”, aponta.