** Das 31.747 unidades locais de empresas que começaram a funcionar em 2008, na Bahia, 21,7% encerraram suas atividades antes de completar um ano; 57,1% fecharam as portas antes de cinco anos (2013); e só 21,7% ainda estavam em atividade em 2018;
** Todos os percentuais de sobrevivência empresarial por tempo de funcionamento no estado são menores que os verificados no Brasil e no Nordeste como um todo. Estão também entre os dez mais baixos do país;
** Em 2018, a Bahia teve o menor número de unidades locais de empresas entrando em atividade dos últimos dez anos (35.718). Com mais estabelecimentos fechando do que abrindo, o setor empresarial baiano encolheu 3,0% e atingiu seu menor tamanho desde 2009, com 218.841 unidades ativas;
** Com a maior taxa de natalidade em 2018 (18,2%), o segmento de saúde humana e serviços sociais assumiu pela primeira vez o 2o lugar em número de unidades empresariais na Bahia, com 14.274, ou 6,5% do total do estado;
** De 2017 para 2018, número de unidades locais de empresas de alto crescimento teve aumento recorde (+17,6%) e chegou a 2.328 na Bahia (1,1% do total).
A longevidade empresarial no Brasil não é muito elevada, e na Bahia ainda é um pouco menor.
Das 31.747 unidades locais de empresas que nasceram (ou começaram a funcionar pela primeira vez) em 2008, na Bahia, 21,7% (2 em cada 10, ou 6.876) morreram (encerraram suas atividades) antes de completar um ano.
Apenas 6.892 (também cerca de 21,7% das que nasceram em 2008, ou 2 em cada 10) ainda estavam em atividade em 2018. Ou seja, quase 80% (8 em cada 10 ou 24.855 unidades empresariais) fecharam as portas, no estado, em menos de dez anos de funcionamento. E cerca de 6 em cada 10 das unidades empresariais baianas nascidas em 2008 na verdade morreram bem mais cedo. Antes de completar cinco anos de atividade (em 2013), 57,1% ou 18.113 haviam fechado as portas.
Todos os percentuais de sobrevivência empresarial por tempo de funcionamento na Bahia são menores que os verificados no Brasil e no Nordeste como um todo. Estão também entre os dez mais baixos do país. O estado tem a 8a menor taxa de sobrevivência tanto no 1o ano quanto no 5o e no 10o ano de funcionamento.
Dentre as 612.954 unidades locais de empresas privadas que nasceram no Brasil em 2008, 18,5% (113.517) morreram antes de completar um ano (81,5% sobreviveram); pouco mais da metade (52,5% ou 321.844) morreu antes de completar cinco anos (47,5% sobreviveram) e 3 em cada 4 morreram antes de fazer uma década (74,7% ou 458.029, ou seja 25,3% sobreviveram).
Os dados são do estudo Demografia das Empresas, realizado anualmente pelo IBGE e que, pela primeira vez, traz a análise de sobrevivência ao longo do tempo para as Unidades da Federação.
Dentre os estados, Santa Catarina tem as maiores taxas de sobrevivência empresarial, chegando a 52,8% em cinco anos de funcionamento e a 32,1% em dez anos de atividade. No extremo oposto ficam Roraima e Amazonas, o primeiro com as menores taxas até quatro anos de funcionamento, e o segundo a partir dos cinco anos.
Em 2018, Bahia tem menor número de empresas entrando em atividade dos últimos dez anos (35.718)
Além de muitas empresas morrerem relativamente cedo na Bahia, a taxa de entrada em atividade no mercado baiano vem mostrando tendência de queda ao longo do tempo e, em 2018, o número de unidades que começaram a funcionar ou reabriram no estado (35.7178) foi o menor dos últimos dez anos, ficando 3,7% abaixo do registrado em 2017 (37.072 entradas).
Assim, a taxa de entrada em atividade de unidades locais empresariais na Bahia foi de 16,3% em 2018, ligeiramente menor que a de 2017 (16,4%). Enquanto isso, a taxa de mortalidade empresarial no estado subiu para 19,4% em 2018 (frente a 16,2% em 2017), com 42.435 unidade locais fechando as portas naquele ano.
O saldo negativo, de mais 6.717 saídas do que entradas, levou o setor empresarial baiano a encolher 3,0% em relação a 2017 e a atingir, em 2018, seu menor tamanho em oito anos, com 218.841 unidades locais de empresas em atividade, o menor número desde 2009 (214.974).
O movimento na Bahia foi bem parecido com o verificado nacionalmente, embora mais intenso.
No Brasil como um todo, em 2018, 775.103 unidades locais de empresas começaram a funcionar (entre nascimentos e reentradas), e a taxa de entrada ficou em 16,1%. Por outro lado, 829.275 unidades locais fecharam as portas, com uma taxa de mortalidade de 17,2%. Assim, estavam em funcionamento naquele ano 4,827 milhões de unidades locais empresariais em todo o país, 1,1% a menos do que em 2017 (menos 53.880 em números absolutos).
Com maior taxa de natalidade em 2018 (18,2%), saúde humana e serviços sociais assume 2o lugar em número de unidades empresariais na Bahia
Quando se consideram apenas as unidades que nasceram em 2018, a Bahia teve uma taxa de natalidade empresarial de 12,6%, o que significa que 27.583 empresas começaram a funcionar pela primeira vez naquele ano. Esse número teve uma aceleração bem discreta em relação a 2017, quando haviam nascido 27.198 unidades empresariais no estado (385 a menos, numa taxa de 12,1%).
Dentre as atividades econômicas, o segmento de saúde humana e serviços sociais teve a maior taxa de natalidade, no estado, em 2018: 18,2%, o que representou 2.598 empresas desse segmento nascendo naquele ano.
Além da maior taxa, foi o segundo maior número absoluto de nascimentos, abaixo apenas do verificado no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, que teve 12.220 unidades surgindo em 2018.
Por ser o segmento mais representativo no setor empresarial baiano, com metade do total de unidades locais do estado (110.239 de 218.841, ou 50,4%), o comércio acaba sempre liderando os rankings de números absolutos.
Entretanto, como resultado do significativo aumento no número de nascimentos empresariais em 2018, saúde humana e serviços sociais assumiu, pela primeira vez na atual série histórica da Demografia das Empresas (iniciada em 2008), o segundo lugar em total de unidade locais empresariais na Bahia.
Chegou a 14.274 unidades, 6,5% das atuantes no estado, superando, em um ano, a indústria de transformação (que caiu de 3o para 4o lugar, com 13.519 unidades em 2018, 6,2% do total) e o segmento de alojamento e alimentação (que passou de 2o para 3o lugar, com 13.939 unidades, 6,4% do total).
Por outro lado, o segmento de eletricidade e gás teve a maior taxa de mortalidade empresarial na Bahia em 2018 (30,6%), seguido pela atividade de construção (27,0%).
De 2017 para 2018, número de empresas de alto crescimento tem crescimento recorde (+17,6%) e chega a 2.328 na Bahia (1,1% do total)
Apesar da redução no total de unidades locais de empresas na Bahia, entre 2017 e 2018 o empreendedorismo empresarial seguiu avançando no estado, que teve um crescimento recorde no número de empresas de alto crescimento.
Empresas de alto crescimento são aquelas que mostram um aumento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano por um período de três anos seguidos e que tinham 10 ou mais trabalhadores assalariados no primeiro ano de observação. Ou seja, são empresas que crescem em porte e, por isso, têm muita importância na geração de emprego.
Em um ano, o total de unidades locais de empresas de alto crescimento Bahia subiu 17,6%, passando de 1.980 para 2.328, o que representou mais 348 unidades locais dessa categoria. Foi o maior incremento, tanto em termos percentuais quanto absolutos, desde o início da série histórica da investigação sobre empreendedorismo, em 2008.
Foi o segundo aumento consecutivo, porém, em 2018, o número de unidades de alto crescimento na Bahia (2.328) ainda não chegava ao existente em 2015 (2.584) e estava 32,8% abaixo do ponto mais alto da série, ocorrido em 2012 (3.465 unidades de alto crescimento).
Além disso, as unidades empresariais de alto crescimento representavam, em 2018, só 1,1% do total de unidades locais ativas na Bahia.
Entre 2017 e 2018, o número de unidades locais de empresas de alto crescimento voltou a crescer no Brasil como um todo (+17,7%), após cinco anos de quedas consecutivas, passando de 44.659 para 52.580. Houve avanços em 23 dos 27 estados.
No estado, 15 das 19 atividades econômicas tiveram aumento no número de unidades de alto crescimento entre 2017 e 2018. Os segmentos que lideraram esse avanço, em termos absolutos, foram comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (+204 unidades locais de alto crescimento); eletricidade e gás (+30) e saúde humana e serviços sociais (+30); e alojamento e alimentação (+27).
No outro extremo, informação e comunicação (-35 unidades de alto crescimento), educação (-18) e outras atividades de serviços (-7) tiveram redução, enquanto o segmento de administração pública, defesa e seguridade social mostrou estabilidade, entre 2017 e 2018.