A economia brasileira, que atingiu seu pior momento em décadas após consecutivos períodos de recessão, dá seus primeiros sinais de recuperação. A constatação é possível graças aos indicadores que medem a expectativa de diversos setores de atividade econômica.
De acordo com o economista do Cofecon (Conselho Federal de Economia) José Luiz Pagnussat, a elevação das esperanças de empresários e consumidores apontam que a melhora do ambiente econômico do Brasil já é uma realidade.
— Existe uma retomada da economia, mas estamos no fundo do poço, começando a galgar os primeiros passos de subida desse buraco que foi fundo.
Apesar de retomada da confiança, todos os ramos de atividade ainda estão distantes de alcançar novamente o patamar de 100 pontos dos indicadores da FGV (Fundação Getulio Vargas), que representam uma estabilidade do setor.
O professor do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) Paulo Pacheco avalia que a situação econômica do País está melhor do que há dois meses. Ele, no entanto, afirma que a movimentação ainda está distante de apontar para uma saída da crise.
— Os dados mostram que tocamos o fundo do poço e existe uma tendência de parar de piorar, não que estamos melhorando.
Pagnussat também diz não acreditar em uma retomada momentânea da crise. Segundo o professor, o País ainda vai levar algum tempo para escalar o “buraco” no qual está afundado.
— Para recuperar a economia de 12 meses atrás, temos que caminhar ainda um bocado. Na queda total desses dois últimos anos, ainda estamos longe de sair desse buraco que foi cavado.
Consumidores
A ligeira melhora na situação econômica do País, ainda que seja efetiva, já é também verificada nas expectativas dos consumidores. De acordo com levantamento realizado pela Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), a fatia dos brasileiros que acreditam que econômica nacional está na direção correta subiu de 22% para 25% na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
O levantamento sinaliza para uma melhora mais significativa a partir do primeiro semestre de 2017. Para o consultor econômico da Acrefi, Nicola Tingas, os números são importantes para se ter uma esperança de futuro.
— A melhora das expectativas é um primeiro passo em função de uma realidade presumida de política econômica e é também uma parte de aviso porque foi muito duro até aqui, mas a população está começando a sair do cheque especial, negociando as dívidas e mais próximos de ajustar o orçamento.
As expectativas melhores para o futuro também foram verificadas no Índice de Confiança do Consumidor, da FGV, que avançou aos 79,3 pontos no mês de agosto e atingiu o maior nível desde janeiro de 2015. A fundação atribui o resultado à melhora “tanto em relação ao mercado de trabalho quanto à situação financeira das famílias”.
R7