Quando um resfriado aparece, seu primeiro pensamento é uma canja quentinha? Pode existir uma resposta científica para essa associação. Estudo publicado no periódico Cell descobriu que as escolhas alimentares podem ser cruciais para as respostas imunológicas a diferentes tipos de infecção.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, usou ratos doentes e glicose para analisar como a alimentação pode estar relacionada a cura de doenças virais e bacterianas.
E um spoiler: quando há vírus, a fome aumenta.
Como costuma acontecer com os humanos doentes, inicialmente todos os ratos infectados perderam o apetite.
Mas aqueles com gripe ou resfriado (doenças causadas por vírus) voltaram a comer antes e sararam após ingerir glicose.
Já os contaminados por bactérias ficaram mais tempo sem apetite e morreram após comer o açúcar.
Segundo os cientistas, vírus e bactérias desencadeiam respostas inflamatórias diferentes no organismo –que também reage de forma diferente aos alimentos de acordo com a doença.
No caso dos vírus, a glicose ajuda a proteger as células cerebrais de serem atacadas pela inflamação.
Mas quando se tratam de bactérias, a ausência de açúcares ajuda no processo de cura. Sem açúcar, o corpo metaboliza gordura, e isso gera cetonas, compostos que ajudam na luta contra inflamações bacterianas.
Já quando os animais infectados com bactérias recebem mais glicose, eles têm os corpos cetônicos bloqueados. No caso dos ratos estudados, eles morreram de convulsões epiléticas causadas por danos neurais.
Os resultados nos humanos não seriam tão drásticos, mas podem dar pistas sobre o papel da alimentação na recuperação de uma inflamação.
Tudo indica que há razão para os mais velhos dizerem que é preciso comer bem para sarar de um resfriado. Quando o vírus chega, é bom ter uma dieta rica em carboidratos, que liberam glicose em nossos corpos. Aquela boa canja e chá com mel podem, sim, cair muito bem.
uol