Bela Gil, apresentadora e filha do cantor e compositor Gilberto Gil, constantemente gera polêmica na internet, pelo seu estilo de vida mais natural. E após compartilhar a experiência de vivenciar um parto humanizado na banheira de sua casa em Nova York, a apresentadora do GNT revelou ter comido a placenta, logo após dar à luz ao seu segundo filho.
Em entrevista à revista VEJA Rio, Bela falou sobre a escolha e revelou que a filha mais velha também ingeriu a placenta: “É uma fonte incrível de nutrientes. Nem senti o gosto, porque misturei com vitamina de banana. A Flor, minha primogênita, também bebeu enquanto comemorava a chegada do irmão”, contou.
A placentofagia (a prática de ingerir a placenta) também foi adotada por outras famosas, como as atrizes Holly Madison, January Jones e Mayim Bialik e a socialite Kim Kardashian, que comeu a placenta após o nascimento do seu segundo filho, Saint West, no ano passado.
A placenta é formada por tecidos dos óvulos e tem a função de manter o bebê com vida no útero. A placenta confere proteção imunológica, produz hormônios, protege contra impactos na barriga da mãe, permite que o feto receba oxigênio e nutrientes e elimine resíduos de seu metabolismo. As mães que optam pela ingestão buscam absorver os nutrientes que acreditam que estão contidos ali. No entanto, não há um consenso científico se ao comer a placenta a mãe irá ingerir os nutrientes e hormônios que fazem bem à saúde.
Quem acredita nessa crença defende que os benefícios da prática de ingerir placenta são: aumento da energia após o parto, mais produção de leite, melhora da pele, unhas e cabelo e prevenção dadepressão pós-parto. Além disso, a placenta possui hormônios como progesterona e ocitocina. Na China, existe uma crença de que a placenta possui realmente poder de cura e a sua versão desidratada é componente de alguns remédios tradicionais.
Um estudo realizado pela universidade da Inglaterra Northwestern University, no ano passado, revelou que não há provas de que a prática de ingerir placenta traga benefícios à saúde. Os pesquisadores reuniram um material de dez estudos sobre o tema e não encontraram evidências que comprovassem que o consumo traga todas essas vantagens defendidas pelos adeptos. Por outro lado, o estudo apontou ainda que a ingestão também não traz riscos à mãe, defendendo que essa deva ser uma escolha da mulher.
A principal responsável pelo estudo, a psiquiatra Cynthia Cole, em entrevista ao Portal Terra na época, alertou para o fato de não haver normas em relação a como devem serem feitos o armazenamento e a preparação da placenta. “Muitas mulheres estão comendo placenta sem detalhes sobre os potenciais riscos para elas mesmas e seus bebês”.
Outra pesquisadora responsável pelo estudo, a especialista em reprodução Crystal Clark, disse achar mais grave o fato de não haver estudos sobre os riscos da ingestão: “Os relatos de mulheres que sentiram os benefícios em se comer placenta são muito subjetivos e não há uma pesquisa sistemática sobre os benefícios e os riscos da ingestão de placenta”, comentou.
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Do Doutíssima