O mercado de beleza anda torcendo o nariz para químicas agressivas. Na Beauty Fair, os produtos para cabelos cacheados estavam em todas as marcas que antes exploravam as escovas progressivas.
Sulfatos, silicones, parabenos e petrolatos são os novos vilões. O uso a longo prazo seria o principal causador do enfraquecimento e da falta de vitalidade nos fios.
Xampus que não fazem espuma são cada vez mais adorados e a rotina “no/low poo” (pouco ou sem xampu) está nos rótulos e na boca do mundo.
“Nós temos uma cultura forte de associar a quantidade de espuma à limpeza. Isso não é verdade. A culpa não é só do lauriléter sulfato de sódio [principal responsável pela espuma], mas também do uso incorreto e em excesso”, explica João Paulo Correia Gomes, professor de pós-graduação em Cosmetologia do Senac.
Marcas focadas na classe C e D também demonstram preocupação com seus componentes. “A consumidora pode nem saber exatamente qual o mal que a amônia faz, mas ela sabe que não é bom ter isso no produto”, diz Laura Parkinson, gerente de marketing da Niely. A marca lançou a coloração Brilho & Tom, opção mais suave para a irmã Cor & Tom, que contém amônia.
Essa tendência natural não se restringe aos cabelos: pastas de dentes e esfoliantes com abrasivos plásticos estão com os dias contados. Nos EUA, serão proibidos a partir de julho de 2017. As micropartículas de plástico, que não se decompõem, estariam se misturando à comida dos peixes e, consequentemente, chegando aos estômagos humanos. A Lush trouxe ao Brasil o pó e o tablete dental, sem plástico nem flúor.
Protetores solares também têm versões mais naturebas. Fernanda Farias, maquiadora e treinadora da Shiseido, diz que protetores físicos têm minerais em sua composição que formam uma barreira, enquanto os químicos são formulados com substâncias orgânicas, que se misturam à pele e, por isso, são mais oleosos e alergênicos.
uol