A campanha outubro rosa para prevenção e conscientização do câncer de mama já começou com o apoio do Ministério da Saúde e do Inca (Instituto Nacional do Câncer) que publicou dados recentes sobre os mais diversos tipos de câncer no Brasil, incluindo o câncer de mama. O mote da campanha é ”Câncer de mama: vamos falar sobre isso?”. Segundo o INCA, em 2016 o Brasil deve ter quase 58 mil casos novos, com risco estimado de 26 casos para cada 100 mil mulheres. Ao lado do câncer de colo uterino é o câncer mais freqüente e que mais mata no país. O câncer de mama é considerado uma doença heterogênea com relação à clínica e à morfologia, onde se reconhece mais de 20 subtipos diferentes da doença. É um tipo de câncer considerado multifatorial, envolvendo fatores biológico-endócrinos, vida reprodutiva, comportamento e estilo de vida. Dentre os fatores associados temos principalmente a idade: as taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos. Após essa idade, o aumento ocorre de forma mais lenta. Câncer de mama observado em mulheres jovens apresenta características clínicas e epidemiológicas diversas, sendo em geral são mais agressivos. A história familiar de câncer de mama também é importante, sendo que alterações em genes, como os da família BRCA, aumentam o risco da doença. Mas vale lembrar que nove em cada dez casos de câncer de mama ocorrem em mulheres sem história familiar.
Em relação à vida reprodutiva, nuliparidade (não ter filhos) e ter primeiro filhos após 30 anos aumentam o risco, enquanto aleitamento diminui. Além desses, consumo de álcool, excesso de peso, em particular após menopausa, sedentarismo e exposição à radiação ionizante também são considerados implicados no surgimento da doença. Admite-se que é possível evitar até 30% dos casos com alimentação saudável, prática de atividade física regular e manutenção do peso ideal. O diagnóstico precoce é fundamental para melhor sobrevida em 5 anos que passa dos 85% se o tumor for diagnosticado na fase inicial.
A campanha destaca a importância do auto-exame das mamas como forma de conhecer o corpo identificando precocemente qualquer nódulo ou alteração. Mas o rastreamento baseia-se, de fato, na mamografia. A recomendação é de mamografia bienal para mulheres entre 50 a 69 anos. Para as mulheres consideradas de alto risco para câncer de mama (história familiar de câncer de mama na mãe e irmãs), recomenda-se o acompanhamento clínico individualizado. Uma recomendação que se baseia nos dados de muitas pesquisas, mas vai causar polêmica, antes, durante e depois do outubro rosa.
uol