O ex-governador Anthony Garotinho foi submetido a um cateterismo cardíaco na manhã deste domingo (20). De acordo com a assessoria do hospital Quinta D’Or, onde está internado, na Zona Norte do Rio, foi diagnosticada obstrução em ramo da coronária direita, que foi tratada com angioplastia e implante de “stent” farmacológico, com sucesso. Após o procedimento, Garotinho encontra-se estável, em observação na Unidade Cardiointensiva.
O médico de Garotinho, Marcial Raul Navarrete Uribe, destacou que “houve risco potencial ao paciente de infarto agudo do miocárdio, quando submetido à situação de stress, como ocorreu com sua remoção intempestiva, inadequada e desnecessária”.
Garotinho foi preso na última quarta-feira, na operação ‘Chequinho’, da Polícia Federal, que apurava compra de votos através da distribuição do cheque cidadão em Campos. O ex-governador nega envolvimento com o caso.
Após a prisão, Garotinho se sentiu mal e foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Contudo, uma liminar concedida pelo juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos, Glaucenir Silva de Oliveira determinou que ele fosse levado para o presídio de Bangu.
O ex-governador, sob protesto da família, foi levado para uma UPA no Complexo de Gericinó. Contudo, a ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou na sexta-feira (18) que ele fosse transferido para um hospital e que após o prazo necessário para a conclusão dos exames e procedimentos médicos indicados pela equipe, ele ficasse preso em regime domiciliar.
O advogado da família de Garotinho, Fernando Augusto Fernandes, afirmou no sábado (19) que a defesa irá representar contra o juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, Glaucenir Silva de Oliveira pelo crime de denunciação caluniosa. “O relatado pelo juiz, após seus abusos de autoridade e cenas grotescas da semana, merece resposta unicamente jurídica e ele irá responder criminalmente por denunciação caluniosa”, declarou Fernandes.
O juiz acusou Garotinho e o filho Wladimir Matheus de terem oferecido, por intermédio de terceiros, R$ 5 milhões a pessoas conhecidas pelo juiz para evitar a prisão de ambos.
A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro requereu à Polícia Federal que instaure inquérito para investigar a denúncia. Na acusação, o juiz afirmou que inicialmente foi feita uma proposta de R$ 1,5 milhão e depois de R$ 5 milhões em troca de decisões judiciais favoráveis aos investigados.
De acordo com o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, as propostas de propina teriam sido feitas há cerca de um mês, mas o juiz resolveu fazer a denúncia agora para preservar as investigações e a operação.
Garotinho foi preso na quarta-feira (16) pela Polícia Federal suspeito de participar de um esquema de compra de votos investigado pelo Ministério Público Eleitoral e pela Polícia Federal.
“Os fatos serão apurados, em caráter urgente, pelo Ministério Público e Polícia Federal, pois a situação retratada pelo magistrado é extremamente grave”, disse o procurador regional eleitoral Sidney Madruga.
Na noite dessa sexta-feira (18), a procuradoria também expediu ofícios em caráter de urgência ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal Regional Eleitoral para que a Promotoria em Campos tome as medidas necessárias para reprimir possíveis ilícitos criminais e eleitorais cometidos por Garotinho e pelo filho. De acordo com Madruga, haveria indícios de que Garotinho tentou ainda interferir no trabalho de investigação da Polícia Federal.