A Corte de Cassação do Egito anulou nesta terça-feira (22) a condenação à prisão perpétua do presidente deposto Mohamed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, no processo em que respondia por colaborar como espião para estrangeiros, como os grupos Hamas e Hezbollah. A informação é da Agência Ansa.
De acordo com fontes locais, a Corte de Cassação ordenou que o processo seja refeito e também anulou a condenação contra o líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badia, e mais 15 dirigentes.
A sentença contra Morsi tinha sido emitida em junho por um tribunal do Cairo, segundo o qual o ex-presidente teria repassado segredos do país e conspirado com organizações estrangeiras entre 2005 e 2013 para atos terroristas. Essa, porém, não era a primeira condenação imposta a Morsi, que já foi condenado à morte, à prisão perpétua e a 20 anos de detenção em vários outros processos. De todos, ele recorreu.
Ligado à Irmandade Muçulmana, colocada na clandestinidade no Egito, Morsi foi o primeiro presidente eleito do país após a queda do ditador Hosni Mubarack, em 2011. No entanto, Morsi foi destituído em 2013 por uma junta militar, com apoio popular, comandada pelo general Abdel Fatah al-Sisi, atual mandatário do país. No último dia 15 de novembro, a Corte de Cassação do Cairo anulou a condenação de Morsi à morte e pediu um novo julgamento para o caso que trata dos incidentes provocados após a fuga do ex-presidente e de outros detentos do presídio de Wadi el-Natroun, em janeiro de 2011.
Agência Brasil