O jogo equilibrado na disputa pela presidência da Câmara de Vereadores de Salvador mudou de tom após o anúncio do apoio do PSC e da sinalização de que parte da oposição deve embarcar na candidatura de Léo Prates (DEM). Paulo Câmara (PSDB), que detinha certa vantagem por controlar o legislativo municipal há quatro anos, viu esvair a chance de um terceiro mandato no comando da Casa. Como oficialmente o tucano nunca assumiu a candidatura, a pecha da derrota não vai ser colada tão intensamente, apesar de, nos bastidores, ter havido uma forte articulação por parte de Câmara. Nesta terça-feira (28), os vereadores do PHS anunciam adesão à candidatura de Prates. Segundo fontes do Bahia Notícias, a virada do democrata foi resultado de uma intervenção indireta do Palácio Thomé de Souza. O prefeito ACM Neto (DEM) disse manter distância do processo eleitoral. Porém coube a articuladores ligados ao prefeito reverter votos até então apalavrados ao tucano. Sob sinais de enfraquecimento da candidatura, Câmara já teria admitido que o jogo está jogado e dificilmente um fato novo mudaria o quadro – mais de um mês antes da eleição, Léo Prates deve ser confirmado como novo gestor do legislativo soteropolitano. Além do desafio de presidir uma Casa repleta de nuances, o democrata deverá ter outra preocupação: manter a Câmara independente do Executivo ainda que haja uma ligação umbilical entre Prates e o prefeito ACM Neto.