Os estudantes que prestarão o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste fim de semana enfrentarão a prova um mês depois de outros colegas brasileiros. Dos 8,6 milhões de candidatos inscritos, 277 mil farão a prova nos dias 3 e 4 de dezembro. O R7 conversou com jovens para entender quais as expectativas para a segunda aplicação do Enem.
A estudante do Curso Elite, de Curitiba, Gabriela Rizental Rodrigues havia ficado triste quando soube que foi uma das candidatas que teria que fazer a prova no mês de novembro. A jovem de 20 anos sonha em cursar Medicina e conta que ficou torcendo para não ser uma das pessoas que teriam que fazer o Enem em outra data.
— Quando eu soube, fiquei desesperada, porque o cursinho faz uma revisão uma semana antes da prova, para nós irmos para o exame com o conteúdo afiado.
Segundo Gabriela, a alteração não deve provocar grandes mudanças no nível de dificuldade do exame. Passado o momento de susto, conseguiu se tranquilizar e continuar os estudos para o Enem e outros vestibulares.
Gabriela conta que está tranquila para a avaliação, mas que torce para que a redação seja sobre algo que ela domine e consiga ter um bom desempenho. A estudante explicou que colocar a intolerância religiosa como tema na primeira aplicação do Enem foi interessante e que gostaria de escrever sobre algo parecido neste final de semana.
A candidata Ana Alves, 18, quer cursar Medicina e, por ser uma graduação muito concorrida, afirma que a prova ter sido adiada contribuiu para que ela pudesse estudar mais. A estratégia que usou para se dar bem foi pegar as provas do Enem e resolver todas as questões como se estivesse no local de provas.
— Cheguei à conclusão de que mesmo que a prova esteja mais difícil, estarei mais preparada, porque estudei mais.
Além disso, Ana está convicta de que o exame deste fim de semana será mais fácil do que o realizado pelos estudantes em novembro.
— Acho que as pessoas vão reclamar mais se esta prova for mais difícil do que a outra.
Luiza Sovinski dos Santos, aluna do CNA em Curitiba, tem 18 anos e quer cursar Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia. Em um primeiro momento, a estudante conta que não gostou da mudança de data.
A estudante explica que, por ter mais tempo, pode estudar mais e, por isso, está se sentindo mais confiante. Para ela, o maior tempo de preparação poderá refletir em uma pontuação mais alta.
Enem 2016 e os secundaristas
Embora tenha ficado chateada com o adiamento da prova, Gabriela afirma que não julga a ação dos secundaristas. A candidata reforçou que sempre teve uma boa educação e não sabe de fato como é a vida das pessoas que estão ocupando as escolas.
— Acho que as ocupações são um assunto delicado, porque eu não vivo a realidade desses estudantes. É complicado a gente querer dar opinião sobre algo que a gente não vive.
A candidata Ana discorda do pensamento de Gabriela. Para a estudante, que faria a prova no CEP (Colégio Estadual do Paraná), o início da movimentação dos secundaristas era bom, já que lutavam em nome da educação do País, mas perdeu o foco.
— Eu não me senti no direito de julgar, porque estavam falando no meu nome, no de todos os estudantes. O que me deixou brava foi que as pessoas que estavam ocupando meu colégio de prova saíram no dia da prova do Enem.
Ana diz acreditar que a o único propósito dos secundaristas era prejudicar o governo federal. A candidata afirma que o fato dos estudantes se manifestarem contra a PEC do teto de gastos, aprovada em primeiro turno no Senado nesta terça-feira (29), é interessante, mas que os secundaristas deveriam protestar nas ruas.
Luiza, que em um primeiro momento não havia gostado de ter que fazer a prova do Enem depois da maioria dos estudantes brasileiros, conta que vê as ocupações como algo positivo que aconteceu no momento errado.
— Essas ações são importantes, porque é uma forma de mostrar que os alunos não estão contentes. No entanto, não acho que é a hora certa, porque isso afeta muito quem está no terceiro ano.
R7