A maneira como você lava sua roupa pode impactar a sua saúde. A chance de doenças serem transmitidas – seja em lavanderias compartilhadas por todo um prédio ou por uma mesma família, por exemplo – é mínima se ao menos alguns padrões de lavagem forem seguidos, mas são reais principalmente se o processo não for bem feito.
A maioria dos infectologistas ouvidos pelo UOL afirma que é “quase impossível” pegar alguma doença por causa de uma lavanderia utilizada por outras pessoas. Contudo, uma “quebra do processo” pode influenciar na higiene.
É possível a passagem de doenças em lavanderias?
Na opinião do médico Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), é possível pegar qualquer vírus, entre eles o HPV, conhecido por sua transmissão sexual. O infectologista afirma que é preciso um cuidado especial na higienização, principalmente de peças íntimas.
É possível acontecer. Pode acontecer se a peça não for lavada adequadamente, se a secagem não for feita de forma correta. Pela umidade, por exemplo, uma bactéria pode se proliferar rapidamente e a peça fica inadequada para o uso”Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia)
Já Plinio Trabasso, professor do departamento de clínica médica da Unicamp (Universidade de Campinas), considera não ser possível a proliferação de vírus em condições normais. Contudo, faz um alerta contra “quebras do processo” e recorda a possibilidade de ocorrer escabiose, doença de pele também conhecida como sarna.
“A transmissão de escabiose se dá através da ovoposição da fêmea. Uma vez que tenha havido quebra na regra (pouco tempo de lavagem, pouca água etc.), os ovos podem não ser eliminados entre as lavagens, e os ovos serem implantados”, diz o médico.
A médica do Emílio Ribas Rosana Richtmann afirma que muitas mulheres não se curam de candidíase, por exemplo, porque não lavam direito a calcinha. “Não adianta se tratar e usar a mesma roupa contaminada.”
Eitan Naaman Berezin, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, foi mais radical e disse não ser possível a transmissão em lavanderias. “Seria possível se você pegou uma toalha, enxugou-se nela e já deu para outra pessoa. O vírus sobreviver na superfície por algum tempo é possível, mas tem que ser naquele momento. Quando vai lavar a roupa, usa-se material que inativa o vírus”, conta.
Garanta-se: como lavar corretamente as roupas?
Richtmann concorda que é difícil a transmissão pelo vírus não sobreviver muito tempo fora do corpo humano, mas diz que as roupas devem ser separadas pelo grau de sujeira.
Um outro aspecto importante, citado por Richtmann e Weissmann, é lavar roupas íntimas (calcinha, sutiã, cueca, sunga, biquíni etc.) separadamente de outros itens.
A dica principal nas lavagens é usar alvejante, água quente, sabão e substâncias com PH neutro, sempre deixando as roupas em áreas arejadas e com pouca umidade. Ainda ficou com medo de que alguma transmissão ocorra? Então o ideal é passar as roupas – o calor do ferro matará com absoluta certeza qualquer microrganismo que sobreviver.
uol