Os contratos para a construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador — projetado para homenagear o sindicalismo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo (SP) — estão na mira da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União).
Uma operação deflagrada nesta terça-feira (13) cumpre 32 mandados, sendo oito de prisão temporária, oito de condução coercitiva — quando o investigado é levado para prestar depoimento — e outros 16 de busca e apreensão.
O museu em questão começou a ser construído em 2012. A obra deveria durar nove meses, mas ainda não foi concluída.
O contrato com a União foi firmado pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, amigo do ex-presidente. O governo federal repassaria quase R$ 15 milhões para as obras. Porém, o município concluiu que o valor seria insuficiente. O custo final chegou a ser estimado em mais de R$ 23 milhões.
As ordens partiram da Justiça Federal em São Bernardo do Campo e foram cumpridas em outras cinco cidades: São Paulo, Santos, Barueri, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Foi usado dinheiro federal, do Ministério da Cultura, para as obras do museu. A investigação aponta desvios de recursos de projetos da Lei Rouanet e de convênios com o ministério. Segundo a polícia, “há indícios de superfaturamento de projetos, subcontratação ilegal de empresas sem licitação e duplicidade de objetos nos projetos de captação”.