Não são todos que conseguem ficar 30 dias ausentes do trabalho. Profissionais liberais, autônomos e até executivos de alto escalão tendem a tirar férias mais curtas, divididas em vários períodos do ano. Cinco a oito dias seguidos é a média de descanso deles, segundo pesquisas da ISMA-BR, representante local da International Stress Management Association. Mas a mesma instituição garante que pouco tempo não é sinônimo de pouco descanso. Quando bem desfrutada, uma semana pode ser melhor do que um mês inteiro.
“Quem tira férias uma vez por ano leva, em média, dez dias para se desligar completamente do trabalho. Passado esse tempo, por dez dias ela vai se sentir de férias. Mas, depois, começará a pensar no retorno ao trabalho”, explica Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR. Assim, ao final de 30 dias, apenas dez foram aproveitados de verdade. “Tirar poucos dias de férias, com mais frequência, pode ser benéfico, porque o acúmulo de estresse é menor”, afirma Ana Maria.
É claro que, para valer a pena, o roteiro de uma semana precisa ser bem pensado. A seguir, especialistas em viagem indicam o que considerar antes de embarcar nessas miniférias.
Destinos internacionais são, sim, uma opção
Na Europa, grandes capitais podem ser bem aproveitadas em sete dias, com passeios que vão além dos principais pontos turísticos. Paris, Londres, Roma, Lisboa e Berlim, por exemplo. Mas é preciso escolher apenas um destino. Nos Estados Unidos, Nova York e Las Vegas, separadas, também são indicadas para férias curtas. “Se a pessoa gosta de esquiar ou quer viver essa experiência, uma semana em uma estação de esqui é o suficiente”, diz Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo. Mas para ver neve é preciso escolher bem a época do ano. Em julho, Argentina e Chile abrem suas estações de esqui. Já nos Estados Unidos e no Canadá, o mês de janeiro é o melhor para curtir a neve.
Descanso em alto-mar
Cidades como Rio de Janeiro, Santos (SP) e Salvador são os principais pontos de embarque de cruzeiros marítimos, que já iniciaram a temporada brasileira e navegam pela costa nacional até abril de 2017. Há opções de roteiro a partir de três noites. Os navios passam por destinos brasileiros como Búzios, Ilha Grande e Angra dos Reis (RJ); Recife (PE), Maceió (AL) e Porto Belo (SC). Há também os que ancoram em portos de outros países da América do Sul. É uma opção para curtir uma semana sem preocupações em um hotel flutuante, que oferece todas as refeições, além de opções de lazer para crianças e adultos.
Planejamento é tudo
Viagens curtas exigem uma boa programação, porque um dia perdido pode fazer muita falta. Se for de avião, é preciso pesquisar os melhores horários de voos na ida e na volta e o tempo que levará no trajeto de carro até a hospedagem. Todos os deslocamentos não devem ocupar mais do que um dia do roteiro. Vale também levantar as atrações do local antes de embarcar. “Adquirir ingressos com antecedência evita filas no acesso aos atrativos turísticos”, diz Marcos Balsamão, presidente da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens) de São Paulo.
Não decida por impulso
Diferentemente das viagens longas, as férias curtas podem ser pensadas de última hora, quando surge um espaço na agenda. Mas, na urgência, tudo custa mais caro. Se não houver tempo para pesquisar a viagem, considere os locais em que a hospedagem é o destino em si – é o caso dos resorts all-inclusive, em que você só precisa pensar em como chegar lá. “O nordeste brasileiro é o destino de desejo número 1 dos turistas. Não muito longe daqui, há também os resorts do Caribe”, diz Magda.
Se for imprescindível trabalhar…
O ideal é desconectar-se do escritório durante as férias para conseguir relaxar de fato. No entanto, se não for possível, planeje estar em um destino com acesso à internet e bom sinal de celular. “Hotéis de grandes redes normalmente têm ótima estrutura para viagens que mesclam lazer com trabalho”, diz Aldo Leone Filho, presidente da Agaxtur. Mas para não prejudicar o lazer, o ideal é reservar uma hora por dia, de manhã ou à noite, para checar os e-mails e fazer ligações. Se houver o risco de ser chamado de volta ao trabalho a qualquer momento, escolha um destino com fácil acesso ao aeroporto.
uol