A jornalista Claudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, sofreu um acidente enquanto andava de bicicleta, no Rio de Janeiro, e quebrou a perna.
A informação é do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. Claudia foi internada no hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca.
Ainda segundo o colunista, Claudia está sendo transferida para o hospital Copa Star, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. Ela será operada nesta tarde.
Claudia Cruz é alvo do juiz federal Sérgio Moro, que coordena os trabalhos da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba.
A jornalista é ré pelo crime de lavagem de dinheiro, por causa de uma investigação de cerca de US$ 1 milhão em propinas de contratos da Petrobras. Cláudia também é acusada por evasão de divisas.
Investigação
Na ação contra a mulher de Cunha, a Procuradoria da República aponta que o ex-deputado teria recebido propina de US$ 1,5 milhão para “viabilizar” a aquisição, pela Petrobras, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011. O negócio foi tocado pela Diretoria Internacional da estatal, apontada como braço do PMDB no esquema de loteamento da Petrobras.
Desse valor, US$ 1 milhão foram repassados para a offshore Kopek que, segundo a Lava Jato, tem Cláudia Cruz como única controladora. Com apoio do Ministério Público da Suíça, a Lava Jato rastreou os recursos que aportaram na conta de Cláudia e identificou que eles foram utilizados, por exemplo, para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior.
Parte dos gastos dos cartões de crédito, que totalizaram US$ 854.387,31, foi utilizada, dentre outras coisas, para aquisição de artigos de grife, como bolsas, sapatos e roupas femininas. Outra parte dos recursos foi destinada para despesas pessoais diversas da família de Cunha, entre elas o pagamento de empresas educacionais responsáveis pelos estudos dos filhos do deputado afastado, como a Malvern College (Inglaterra) e a IMG Academies LLP (Estados Unidos).
Cláudia ainda teria mantido, segundo a denúncia, depósitos não declarados às repartições federais na offshore Köpek em montante superior a US$ 100 mil entre os anos de 2009 e 2014, o que constitui crime contra o sistema financeiro nacional.
R7