Após anunciar em dezembro uma agenda de intenções para reduzir os juros do rotativo e melhorar o sistema financeiro brasileiro, o presidente do Banco Central, afirmou na quinta-feira, 19, em Davos, que é preciso repensar o modelo do cartão de crédito. Segundo o presidente, o próximo passo para essa mudança é divulgar uma norma por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN).
O sistema hoje funciona e cresce, de acordo com o presidente do BC, mas a instituição está incomodada com o subsídio cruzado que existe em uma área em relação a outra – como o parcelado e o rotativo, por exemplo. “No final, há um equilíbrio, mas uma parte paga pela outra”, afirmou.
A mudança, no entanto, tem que ser de forma “sustentável”, de acordo com Goldfajn. “Não dá para mudar um pedaço sem mudar o outro, por isso temos que pensar em conjunto”, considerou. “A gente gostaria que cada parcela tivesse o seu próprio (critério), sem que uma parte precisasse subsidiar a outra”, continuou.
Algumas das medidas mais esperadas em dezembro era a alterações nos prazos de pagamentos ou nos juros, o que não aconteceu. Na ocasião, o Estado informou que o Nubank – um dos emissores de menor porte que mais crescem no País – corria o risco de fechar as portas se a mudança fosse imediata.
Ilan Goldfajn ainda afirmou que a instituição promoverá um seminário sobre spread bancário em fevereiro. O evento, de acordo com ele, contará com a presença de ex-presidentes do BC, bancos, economistas e formadores de opinião. O evento tem relação com o Pilar 3 do BC, que trata da redução do custo de crédito. “Queremos abrir a discussão sobre spread bancário”.
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