O Brasil perdeu três posições e figura na 79ª colocação no ranking de corrupção mundial publicado pela Transparência Internacional nesta quarta-feira (25).
A principal razão para a piora entre 2015 e 2016, de acordo com a organização da lista, foi o escândalo de corrupção identificado pela Operação Lava Jato na Petrobras.
Empatado com Bielorússia, Índia e China, o País conquistou 40 pontos de um total de 100 — uma leve melhora em relação aos 38 pontos obtidos em 2015.
No entanto, assinala a Transparência Internacional, nem mesmo o acordo de leniência de R$ 6,7 bilhões da Odebrecht foram suficientes para aliviar a situação do Brasil.
A entidade afirma que grandes casos de corrupção, como o da petroleira brasileira, “mostram como o conluio entre empresas e políticos joga pelo ralo bilhões de dólares de receitas de economias nacionais, beneficiando poucos às custas de muitos. Este tipo de grande corrupção sistêmica viola os direitos humanos, impede o desenvolvimento sustentável e alimenta a exclusão social”.
A liderança do ranking pertence à Nova Zelândia e à Dinamarca, que têm, cada uma 90 pontos. A Finlândia parece em terceiro lugar (89 pontos), seguida da Suécia (88 pontos) e da Suíça (86 pontos).
Se, por um lado, a situação piorou no Brasil em 2016, a entidade alerta que “ter manchetes sobre corrupção nem sempre é ruim” e comemora: “2016 foi um bom ano para lutar contra a corrupção nas Américas”.
A Transparência Internacional informa que o acordo da Odebrecht com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos “jogou luz sobre um caso em que uma companhia gastava milhões de dólares corrompendo políticos e partidos políticos ao redor da América Latina, assim como em dois países da África, a fim de conquistar licitações para executar obras bilionárias”.
A entidade cita os casos da Odebrecht e a Petrobras e da Fifa, em que “nós vemos o aumento da comunicação e cooperação entre órgãos reguladores e a aplicação da lei na região, inclusive com a ajuda de pares na Europa e nos Estados Unidos”. “A luta contra a corrupção já domina as discussões nas Américas por anos, desde a mídia tradicional e online até as manifestações de ruas”, anota a Transparência Internacional.
— Uma coisa é clara: mesmo que 2016 marque o começo de um turno de maior atuação das autoridades em relação às demandas do público, ainda há um longo caminho a percorrer nesse sentido.
Próximos passos
A Transparência Internacional lembra que, em 2016, durante um encontro anti-corrupção realizado em maio em Londres, acordos para aumentar a transparência sobre os donos reais de empresas anônimas foram assinados por Argentina, Brasil, Colômbia e México.
— Os cidadãos devem manter a pressão sobre seus líderes e continuar a exigir transparência, responsabilidade e funcionalidade das instituições nas regiões que precisam ter certeza de que esses acordos serão entregues. As autoridades em todos os países devem construir esforços a fim de evitar que poderosos dirigentes de empresas e agentes públicos escapem impunes dos grandes casos de corrupção.
R7