Quem dorme melhor se lembra mais do que aconteceu no dia anterior. É isto que dizem cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins. De acordo com os pesquisadores, comprimidos para dormir também podem interferir no processo de fixação de memórias.
Estudando os padrões de sono dos ratos, os cientistas descobriram que o sono recalibra as células cerebrais, para fixar as memórias permitindo que elas sejam usadas quando acordamos.
Os cientistas examinaram o cérebro dos roedores usando um produto que iluminou uma proteína de superfície em sinapses cerebrais. A pesquisa mostrou que centenas de proteínas aumentam ou diminuem dentro das sinapses durante a noite. Mas uma proteína em particular, chamada Homer1A, se destacou.
Em experimentos anteriores, em neurônios criados em laboratório, a Homer1A provou ser importante para a regulação do sono e para a redução homeostática, um processo que enfraquece uma porcentagem pequena das sinapses, permitindo que a aprendizagem e a formação da memória continuem.
Os cientistas aplicaram nos ratos um teste de memória. Eles colocaram os animais em um espaço onde ao caminhar eles recebiam choques elétricos vindos do chão. Depois os cientistas injetaram em alguns camundongos uma droga que impedia que o cérebro reorganizasse as memórias durante o sono.
No dia seguinte, quando os ratos foram colocados no mesmo espaço, eles se lembraram do choque e passaram grande parte do tempo imóveis. Mas ao mudarem de lugar, os animais bem descansados decidiram explorar o novo local, enquanto os que não cumpriram as funções do sono permaneceram imóveis.
Os pesquisadores acreditam que isso aconteceu porque houve uma interferência no processo do sono onde memórias são arquivadas ou esquecidas.
Para os cientistas essa descoberta reforça que o sono não é um tempo de inatividade do cérebro, mas uma fase de trabalho importante que não pode ser ignorada.
O estudo também sugere que é necessário aprofundar o que sabemos sobre os efeitos dos remédios para dormir. Embora sejam úteis, eles podem interferir no processo natural de formação de memórias.
Os pesquisadores reforçam que é necessário fazer mais pesquisas em outras partes do cérebro para entender melhor a necessidade do sono.
uol