Conforme a bióloga Manuela Borja, do projeto Tamar, os filhotes nasceram na noite de terça-feira (7). Eles são das espécies Cabeçuda, Pente e Oliva, que estão ameaçadas de extição. Só no ano passado, foram encontrados 202 ninhos de tartaruga no trecho entre as praias de Itapuã e Aleluia. O trajeto tem cerca de 5km. Só em 2017, essa parceria resultou no recolhimento de 126 ovos de tartaruga que estavam em áreas que apresentavam risco de integridade por conta da movimentação de pessoas.
A ação de soltura é também uma forma de conscientizar a população sobre a importância de proteger as tartarugas. “São atividades de sensibilização. Um momento que a gente oportuniza para a população para estar mostrando nossos resultados para a comunidade para que ela tenha contato com o animal, se sensibilize e nos ajude a proteger as tartarugas marinhas”, afirmou Manuela Borja.
Conforme a bióloga, a soltura dos animais é feita sempre até as 9h da manhã ou a partir das 1h por conta da temperatura do ambiente, que influencia na atividade das tartarugas. “Elas [tartarugas] regulam a temperatura do corpo de acordo com a temperatura do ambiente. Então, é um horário em que elas estão mais ativas para chegar até o mar”, explicou Manuela Borja.
A Guarda Civil Municipal de Salvador tem dado auxílio ao projeto Tamar na captura de ninhos e filhotes de tartarugas ao longa da costa soteropolitana. robso Nunes, supervisor d GUARDA “Nós temos uma parceria com o projeto Tamar no sentido de resgatar as tartarugas que encalham aqui no nosso litoral. Também [resgatamos] os filhotes que nascem, geralmente à noite, e vão para as calçadas, para as ruas. Os ninhos, quando são identificados, nós pegamos esses ovos e levamos até o projeto Tamar para eles fazerem esse monitoramento”, explicou Robson Nunes, supervisor da Guarda Municipal de Salvador.
A bióloga Manuela Borja explicou que, além de Salvador, todo Litoral Norte da Bahia é uma área de grande reprodução de tartarugas marinhas, por isso a importância de conscientização da população sobre os cuidados com esses animais. Há uma orientação específica sobre as luzes acessas perto das praias onde há desova.
“Elas [tartaruga] nascem à noite e se orientam pela luz do horizonte, elas vão procurar o reflexo da lua, luz das espumas, é assim que elas se orientam. Por isso que em áreas onde tem muita iluminação, esses ninhos podem ser desorientados. Pedimos sempre para manter as luzes apagadas. Os postes com aparatos corretos, para que não incida a luz na praia
e elas não se desorientem”, explicou.
A especialista indica o que deve ser feito caso um filhote seja encontrado na praia. “Se alguém achar um filhote na praia ou na rua deve colocar ele diretamente no mar. Se encontrar filhotes [no ninho] nascendo ao mesmo momento também deve direcionar eles ao mar, longe de um foco de luz, que é o que pode desorientar eles, um poste de luz, luzes das casas. Se o filhote estiver muito debilitado, pode entrar em contato com o projeto [Tamar] ou com a Guarda [Municipal], que a gente vai até o local e resgata o animal”, disse.
Para fazer a solicitação de recolhimento de ovos, e resgates de tartarugas encontradas nas praias soteropolitanas, a população pode acionar a Guarda Muncipal pelo telefone (71) 3202-5312 ou projeto Tamar pelos telefones 71 99988-5133, 9 9979-0392, 98127-0038. 3676-1045. Além do cuidado com as tartarugas marinhas, a Guarda Municipal atua no resgate de animais silvestres, combate ao tráfico de animais e fiscalização ambiental.
G1