Em comparação a 2015, o ano de 2016 registrou queda de 4,2% na produção física da Indústria de Transformação da Bahia. É o segundo ano consecutivo que o setor enfrenta resultados negativos no Estado. Segundo relatório divulgado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), com esse índice, a Bahia caiu três posições, ocupando agora o sexto lugar, no ranking dos 14 estados brasileiros que participam da PIM PF-R. Dos 11 segmentos pesquisados, os cinco que registraram queda fora Equipamento de Informática (-20,3%); Minerais não metálicos (-18,4%); Refino de petróleo e biocombustíveis (-11,0%); Veículo automotores (-8,5%); e Borracha e Plástico (-4,9%). A crise econômica, como destaca o gerente de Estudos Técnicos da Fieb, Ricardo Kawabe, está entre as principais razões para a queda, mas não é a única. “É reflexo da crise, mas não somente do aspecto conjuntural da economia. Ao longo dos anos, no período recente, a indústria tem sido o setor nacional que mais tem sofrido com a concorrência internacional e o nível do custo no Brasil”, esclarece Kawabe. As áreas mais prejudicadas com o quadro econômico nacional são os setores imobiliário e automotivo, que também registrou números negativos no último ano. O gerente explica que, nesses casos, o principal fator é a alta dos juros, que tem como consequência a elevação do crédito. Na Bahia, no entanto, a área mais prejudicada foi a de refino por razões completamente externas. “Foi uma parada ocorrida em julho na Refinaria Landulfo Alves, que não era esperada. Se não fosse essa parada, a tendência é que a refinaria estivesse produzindo”, salienta Kawabe. No geral, o índice não chega a figurar entre as maiores quedas da indústria nos últimos tempos, porém, a sequência de dois anos em baixa é alarmante e acima do padrão. Normalmente, o setor registra queda em um ano e, no seguinte, já recupera, equilibrando a balança. Apesar disso, a expectativa do gerente é de melhora para o setor em 2017. Evidências dessa recuperação, segundo Kawabe, são os projetos de Reforma da Previdência e Trabalhista. Mas ele ressalta que o problema de competitividade no país é estrutural e exige mudanças a longo prazo. “Precisa de bons exemplos e uma coisa já foi apontada por esse governo federal, que é a Reforma da Previdência. Ele pleiteia também Reforma Trabalhista, infraestrutura, reformas na educação, que não são fáceis de implementar, mas necessárias porque a gente fica empurrando pra frente, pra frente e vira o país do futuro”, pontua o gerente. Outra medida favorável ao setor neste ano é o processo de redução da taxa de juros, que deve incentivar o consumo e, em consequência, melhorar os índices da indústria.
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