A Bahia registrou a primeira transfusão de granulócitos – células que auxiliam no combate às infecções e na defesa imunológica – em um paciente transplantado de medula óssea. O procedimento foi realizado no Hospital São Rafael (HSR), como tratamento alternativo, até que o organismo do próprio paciente passe a produzir as células de defesa. De acordo com a hematologista da unidade, Cecília Luz, a ausência de procedimentos anteriores está relacionada à complexidade, já que exige um grande aparato médico e a interligação de vários setores e especialidades, como radioterapia, banco de sangue, entre outros. “A infusão foi feita, até agora, em apenas um paciente. E, para isso, foi preciso convocar cinco doadores voluntários, já que cada coleta de granulócito tem duração no organismo de um a dois dias, no máximo”, afirmou. Esse tipo de infusão pode ajudar a salvar a vida de pacientes que ainda não estão com o sistema imunológico restabelecido. No caso do transplante de medula, o organismo pode passar um período sem defesa própria, seja em decorrência da ação da quimioterapia ou porque a medula ainda não “pegou”. A consequência disso, segundo a hematologista, é que os pacientes desenvolvam infecções de maior gravidade que, muitas vezes, não conseguem ser controladas apenas com o uso de antibióticos e antifúngicos. “Você faz uma ponte, enquanto a medula daquele indivíduo não está funcionando, para que ele possa reagir contra essas infecções”, explicou a especialista.