Será que os jovens de hoje, tão plugados e conectados por meio de diversas mídias, são, de fato, ligados em sexo?. Esta interessante questão foi avaliada numa publicação do periódico ”Archives of Sexual Beahvior” e traz novidades até certo ponto surpreendentes. Pesquisadores americanos procuraram examinar as tendências de inatividade sexual durante a vida adulta, comparando jovens nascidos entre 1980-1994 (a geração chamada Milenial), jovens nascidos entre 1995-2012 (a chamada geração IGen) com adultos da década de 1960 e 1970, a geração X. Eles usaram dados da ”General Social Survey”, que usa amostra populacional com mais de 26 mil adultos americanos e que incluía questões sobre atividade e parceiros sexuais, desde os 18 anos de idade. Os questionários eram feitos anualmente ou a cada 2 anos no período de 1989 a 2014. Variáveis como raça, religião, educação e região foram levadas em contas nos modelos de análise.
Os resultados mostram que na faixa etária de 20 a 24 anos, havia 15% de jovens sexualmente inativos desde os 18 anos de idade, entre os Millenniais, aqueles nascidos na década de 1990 (15%) e apenas 6% para os da geração X, nascidos na década de 60. Esta tendência se manteve para adultos de outras faixas etárias da mesma geração. No geral, as taxas mais elevadas de inatividade sexual foram observadas entre as mulheres, passando de 5% para 16% entre as duas gerações. Por outro lado, menores taxas de inatividade sexual ocorreram em pessoas da raça negra e com educação universitária. Como explicar este “distanciamento do sexo” numa geração tão conectada, que usa e abusa de Tinder, Whatsapp e Facebook?. Os autores têm algumas explicações. Em primeiro lugar, os jovens atuais vivem com seus pais por mais tempo, se casam mais tarde, e as duas coisa podem atrasar a atividade sexual. Em segundo lugar, a cultura do ficar (em inglês hook-up culture) pode, paradoxalmente, ajudar a explicar o aumento da inatividade sexual. Ficar envolve uma grande variedade de comportamentos sexuais, e é possível que o coito vaginal cede lugar as outras práticas. Outro fato é possível também que a epidemia da AIDS, com as muitas advertências dos familiares, médicos e da mídia tenha contribuído para atrasar o início da vida sexual ou pelo menos reduzir o número de parceiros, ambos como estratégia de segurança.
Futuros estudos deverão avaliar o que é considerado sexo parar os jovens de hoje para avançar nesta área de pesquisa. Até lá fica a impressão de que o mundo está mudando e que para os jovens de hoje, conexão não significa necessariamente ação, pelo menos no campo sexual.
uol