A Bahia é o terceiro estado do país e o primeiro da região nordeste em número de casos de tuberculose. Somente entre 2013 e 2015, mais de 14 mil pessoas tiveram a doença no estado e 1,1 mil morreram, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
A tuberculose é uma inflamação no pulmão, provocada por uma bactéria, e pode ser transmitida pela tosse ou pela fala de alguém infectado. Os sintomas incluem tosse por mais de três semanas, febre no final da tarde e muito suor durante a noite. O tratamento é feito com quatro medicamentos diários, durante seis meses.
Salvador aparece como a terceira capital em número de casos da doença, com uma média de 2 mil novas notificações por ano. O Brasil é um dos países com maior número de casos no mundo e, desde 2003, a doença é considerada como prioritária na agenda política do Ministério da Saúde.
Embora seja uma doença com diagnóstico e tratamento realizados de forma universal e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), anualmente, são aproximadamente 69 mil casos novos e 4.500 óbitos tendo como causa básica a tuberculose.
Para tentar frear os números, o Ministério da Saúde pretende lançar, ainda em março, o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, que visa assegurar medidas de proteção social para garantir a adesão e conclusão do tratamento, que dura seis meses, no mínimo.
Instituto especializado
Nesta segunda-feira (6), durante evento de comemoração pelos 80 anos do Instituto Brasileiro para Investigação de Tuberculose (Ibit), em Salvador, um dos responsáveis pelo plano, Afrânio Kritski, presidente da Rede de Pesquisas Tuberculose, falou sobre o tratamento.
“É preciso diagnóstico precoce, tratamento adequado, diminuição de ocorrência de multirresistência. Focar na questão de suportes, proteção social e focar na pesquisa”, afirmou.
Em Salvador, o Ibit desenvolve um trabalho para assegurar medidas de proteção social para garantir a adesão e conclusão do tratamento de pacientes. O instituto faz a concessão de complemento alimentar (pão e leite de soja), cesta básica e visitas domiciliares.
O Ibit funciona de segunda a sexta, durante o dia, com atendimento integral aos pacientes, incluindo exames, consultas, fornecimento gratuito de medicamentos e medidas de apoio social.
“Eles [os pacientes] então se sentem mais motivados a retornar e fazer os seus controles e esses controles indicam a evolução favorável da doença e com isso nosso índice de cura chega a 88%”, afirmou o coordenador científico do Ibit, João Carlos Coelho Filho.
O vendedor Adilson dos Santos, um dos pacientes atendidos pelo Ibit, está na metade do tratamento e deixa um recado para quem também contraiu a doença. “Não tenha preconceito, não tenha vergonha. Fazendo o tratamento correto você vai ficar bom”, afirma Adilson dos Santos, vendedor.