Em um dia de instabilidade no mercado financeiro, o dólar norte-americano voltou a subir e fechou no valor mais alto em quase dois meses. O dólar comercial encerrou a quinta-feira (9) vendido a R$ 3,195, com valorização de R$ 0,023 (0,73%). A cotação é a maior desde 19 de janeiro (R$ 3,20).
A divisa chegou a operar em queda durante a manhã, mas reverteu a tendência e disparou à tarde. Por volta das 16h30, atingiu R$ 3,197, máxima do dia. O dólar subiu 2,6% em março, mas acumula queda de 1,7% no ano.
Na última quarta-feira (8), o dólar tinha subido após veículos de comunicação publicarem que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse, em evento fechado em Brasília, que o governo estudaria elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações cambiais para reforçar a arrecadação. O próprio ministro desmentiu a declaração horas mais tarde.
Outro fator que continuou a pressionar a cotação foi a divulgação de dados mais fortes que o previsto no mercado de trabalho nos Estados Unidos. No mês passado, a maior economia do planeta criou 290 mil empregos, desempenho acima da expectativa. Hoje (10), novos indicadores sobre pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos serão divulgados.
A queda do desemprego nos Estados Unidos indica que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) aumentará em breve os juros básicos no país. Taxas mais altas nos países desenvolvidos estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil, pressionando para cima a cotação do dólar.
No mercado de ações, o dia também foi de perdas. O Ibovespa, índice da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou a sessão com queda de 0,21%, aos 64.585 pontos. As ações da Petrobras, as mais negociadas, fecharam em baixa. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) caíram 0,6%. Os papéis preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) recuaram 0,34%.