Este é, talvez, o deseja de boa parte dos advogados da Bahia. A OAB/Bahia unificada teria mais força e coragem para lutar pelos reais interesses dos advogados do Estado, sob todos os ângulos: especialmente pela dignidade profissional, por um Poder Judiciário Estadual célere e na defesa das instituições democráticas.
Mas, como unificar a Classe na Bahia, se o Presidente da Seccional de modo desrespeitoso e ofensivo chama os colegas que lhe fazem oposição de canalhas?; a entidade fecha seus olhos para muitos dos problemas que afligem a Classe?; seus administradores não demonstram de modo transparente o quanto arrecadam e gastam; a entidade se nega (ou retarda ao máximo) a expedição de certidões, inclusive a respeito de suas prestações de conta?; a entidade enquanto constrói sedes para as subseções fecha as salas destinadas a advogados na Capital?; a entidade nunca demonstrou minuciosamente quanto custou a construção de cada sede de subsecção?; uma entidade como a CAAB encerra serviços básicos que vinham sendo prestados há muito tempo, inclusive no interior, e suas preocupações se voltam para a “lavagem” do Bomfim, realização de Cavalgadas e homenagens à “Pedra de Xangô”?
Como compreender-se que a Escola Superior de Advocacia tenha-se transformado em entidade para “empregar amigos” e pagar vultosos valores a seus dirigentes, como professores da casa? A grande maioria dos atuais dirigentes da Seccional participou, por muito tempo, do Grupo “Ação e Ética”. A ação que têm desenvolvido não tem sido compatível com as necessidades da advocacia, embora tivessem prometido “mais OAB”! E a ética? Ah!… a ética! Para se unificar a advocacia do nosso Estado é preciso que o Presidente da Seccional desça do pedestal em que se pôs, auto titulando-se como o “presidente democrático e republicano”, e calce a sandália da humildade.
Peça desculpa pública pelas ofensas que fez à grande parte dos advogados da Bahia; reconheça o “equívoco” de ter incluído uma advogada inelegível na chapa de seu Conselho e que se tornou ilegalmente Conselheira; tenha destemor (sem arroubos) na defesa do exercício da profissão; realmente seja transparente na prestação de suas contas, sem receio de mostrar o que tem realizado e como realizou; esclareça, de uma vez por todas, a sua situação como Procurador do Estado; se continua sendo remunerado pelo Estado, e por isso está impedimento de acioná-lo, deixando de tomar, por exemplo, providências contra a PEC 141/2014 (Pensão para os ex-Governadores), mas tenha a coragem para deixar o caminho livre para que a entidade assim possa agir; assuma realmente a administração da Seccional e tenha a exata noção da “sacralidade” do cargo que ocupa; não confunda sua pessoa, com a daquele que está na Presidência da Seccional; não permita que alguém se utilize da entidade em proveito próprio, para crescer sua advocacia.
Sim, podemos unificar a advocacia, com ação e ética, para que todos façam a própria autocrítica, corrigindo seus erros, para o bem dos advogados da Bahia.
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*SAUL QUADROS FILHO – EX-PRESIDENTE DA OAB/BAHIA