Os holandeses irão às urnas nesta quarta-feira (15) para escolher o novo governo do país, em uma votação que marca o pontapé inicial do calendário eleitoral de um ano-chave para a Europa. Partidos europeus tradicionais estão em declínio e emergem forças eurocéticas de extrema-direita.
Na Holanda, destaca-se o candidato Geert Wilders, 53 anos, do PVV (Partido para a Liberdade), que tem crescido nas pesquisas e baseia sua campanha numa agenda xenofóbica, anti-islâmica, protecionista e contra a UE (União Europeia).
Do outro lado, há o VVD (Partido Popular para a Liberdade e a Democracia), do atual primeiro-ministro, Mark Rutte, 50 anos, que prega a manutenção do status quo.
A última compilação de pesquisas da agência de notícias Reuters coloca o partido VVD na liderança com 16,2%, à frente dos 13,4% do PVV e dos 12,5% do conservador CDA (Democratas Cristãos).
A questão mais imediata na Holanda, e que pode influenciar nos votos, é se a tensão com a Turquia irá favorecer Wilders ou o primeiro-ministro, Rutte, cujo gabinete proibiu ministros turcos de discursarem em eventos políticos em seu país.
O governo turco quer angariar apoio dos turcos holandeses para um referendo marcado para 16 de abril no qual pede a ampliação dos poderes do presidente Tayyip Erdogan.
A abordagem severa de Rutte em relação à Turquia é vista por muitos eleitores como parte de um esforço dos maiores partidos de apelar às preocupações relativas à imigração e dissuadi-los de votar em Wilders.
O resultado da Holanda também poderá ter um forte impacto nas eleições da França (em abril) e da Alemanha (em setembro).
Nestes países, que, do mesmo modo que a Holanda, formam parte do núcleo fundador da UE, a direita xenófoba também tem conquistado um forte protagonismo impulsionado pela crise de refugiados, pelos recentes atentados islâmicos na Europa e pelas vitórias de Donald Trump nos Estados Unidos e do Brexit no Reino Unido.
R7