A união de Organizações de Assistência Médica e de Socorro (UOSSM, por sua sigla em francês) fez um alerta nesta quarta-feira sobre um surto de sarampo em Ghouta (Síria), o principal reduto da oposição rebelde dos arredores da capital, Damasco.
Segundo afirmou esta organização em comunicado distribuído aos veículos de imprensa, a Rede de Alerta e Reação Antecipada da Organização Mundial da Saúde (EWARN, por sua sigla em inglês) detectou 121 casos desta doença infecciosa nos últimos dois meses, um número elevado se comparado com os 50 no total descobertos nos últimos dois anos.
“Há uma pressão significativa sobre os hospitais que ainda estão em operação e os remédios e as provisões estão se esgotando”, denunciou a UOSSM, que acrescentou que, em Ghouta, uma pessoa morreu recentemente devido a um falha renal que poderia ter sido evitada com um tratamento de diálises.
Apesar da cessação de hostilidades estipulada em dezembro, conseguida com a intermediação da Rússia e do Irã, que são os principais aliados do regime sírio; e da Turquia, que apoiou de maneira significativa a oposição, várias áreas e cidades sírias permanecem sob assédio.
Os hospitais são constantemente atacados nas zonas sitiadas e seus trabalhadores continuam perdendo a vida enquanto realizam seu trabalho, de acordo com a UOSSM.
Esta ONG afirmou que pelo menos cinco instalações sanitárias foram bombardeadas nos últimos nove dias.
Como resultado destes ataques, houve interrupção dos serviços de três destes centros médicos, dois na província de Hama e outro em Idlib, que realizavam mais de 6,2 mil consultas, 550 cirurgias graves e 120 partos em um mês.
Além disso, a organização denunciou a morte de dois médicos, um dentista e um paramédico pelos ataques aéreos no mesmo período de tempo na cidade de Daraa.
Hoje, o conflito sírio completa seis anos, com mais de 321 mil mortos.
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