Um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista britânica “Nature” revelou 13 tipos de alterações genéticas, desconhecidas até então, que aumentam o risco de desenvolver um glioma, a forma mais comum de câncer cerebral.
O estudo, realizado por cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres, em parceria com pesquisadores europeus e americanos, é o maior já realizado sobre a doença, com mais de 30 mil pessoas examinadas.
Os especialistas estudaram o DNA destas pessoas, algumas doentes e outras não, para procurar alterações herdadas pelos pais que aumentassem o risco de desenvolver câncer no cérebro.
Assim, descobriram que essas 13 falhas genéticas, não detectadas antes, aumentam o risco de desenvolver um glioma em, pelo menos, 15%.
Cerca de 40% de todos os tumores cerebrais são gliomas e atualmente não existe nenhuma forma de detecção precoce. Além disso, os tratamentos não são particularmente eficazes.
Por isso, os pesquisadores elogiaram suas descobertas, já que toda informação nova pode ajudar os médicos no futuro a avaliarem o risco e diagnosticarem mais rápido a doença.
Essas 13 alterações genéticas afetam uma variedade de funções das células, como sua divisão, a reparação do DNA, o ciclo celular, a produção de proteína e a inflamação.
O professor do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres e coautor do estudo Richard Houlston reconheceu que foi “emocionante” trabalhar em uma pesquisa desta dimensão, “incluindo casos de câncer cerebral do todo mundo”.
“Descobrimos um tesouro em informações sobre as causas genéticas do câncer cerebral”, afirmou.
Além disso, o professor explicou que “entender a genética do glioma tão detalhadamente ajuda a identificar pessoas com alto risco de probabilidade de sofrer da doença, o que trará consigo novos tipos de tratamento”, concluiu.
Terra