Os três militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que foram detidos durante a greve geral de 28 de abril foram soltos na tarde de hoje (5). Eles estavam no Presídio de Tremembé, no interior paulista. Nesta quinta-feira (4), o desembargador Otávio de Almeida Toledo aceitou o pedido de habeas corpus da defesa.
Na avaliação do advogado Felipe Vono, que defende os militantes, esta medida deveria ter sido tomada desde o início. “É um inquérito absurdo que não tem amparo nas provas e que só considera o lado dos policiais. Era descabida a manutenção da prisão”, disse.
No sábado (29), a juíza Marcela Filus Coelho rejeitou o pedido dos advogados do MTST e os manteve presos, convertendo a prisão em flagrante em prisão preventiva. Na decisão, a juíza afirmou que a prisão dos três manifestantes era necessária para “garantir a ordem pública”.
Os integrantes do MTST foram acusados de tentativa de incêndio, explosão e incitação ao crime durante uma manifestação contra as reformas trabalhista e da Previdência na Avenida José Pinheiro Borges, em Itaquera, e levados para o 63º Distrito Policial, na Vila Jacuí.
O MTST divulgou hoje (5), em uma rede social, documento com a assinatura de 29 vereadores de São Paulo condenando a prisão dos militantes. A nota de repúdio, redigida pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL), diz que a decisão de prendê-los “remonta ao período militar”.
Para o MTST, as prisões são uma “tentativa de se criminalizar os movimentos sociais no país” e informa que os três ativistas foram os únicos dos 39 manifestantes detidos em todo o estado que permaneceram presos.
Agência Brasil