Cansaço, perda de apetite, dores abdominais são alguns dos sintomas do câncer de ovário. No Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, lembrado nesta segunda-feira (8), a oncologista Graziela Zibetti Dal Molin, do Instituto Lado a Lado, alerta para os principais perigos da doença e como o diagnóstico precoce pode salvar vidas. A doença está em oitavo lugar em incidência nas mulheres no mundo e é o tumor com os maiores índices de mortalidade.
No início da manifestação do câncer de ovário, entre os sinais da doença estão o cansaço, a perda de apetite, dores abdominais. Já em quadro avançado pode ter aumento de abdômen, alterações urinárias e intestinais e constipação.
“O diagnóstico do câncer de ovário é difícil porque os sintomas iniciais da doença não são claros”, explica a médica. O que acaba prejudicando o diagnóstico e o início rápido do tratamento.
— Como os sintomas são vagos, o clínico geral, por exemplo, costuma pensar que o problema é na coluna ou estômago, e acaba demorando o início da investigação do tumor”.
Segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), em 2016, haverá cerca de 6.200 novos casos de câncer de ovário no Brasil, sendo que 150 mil mortes são registradas anualmente.
Fatores de risco e tratamento
Entre os principais fatores estao histórico familiar, menopausa tardia, endometriose e tabagismo, diz a médica.
E o tratamento do câncer de ovário é com cirurgia de remoção completa ou parcial dos ovários, quimioterapia ou a incorporação de remédios que bloqueiam a alteração genética da paciente pelas células cancerígenas.
Diagnóstico precoce pode salvar vida
Apenas 45% as mulheres com esse tumor têm chances de sobreviver por cinco anos. No caso do câncer de mama esse índice é de 89%, explica Graziela.
— Isso ocorre por conta da agressividade da doença e a dificuldade de fazer um rastreamento efetivo dos tumores, além de nós usarmos até agora medicamentos que a gente usa há 15 anos.
Para melhorar esse quadro, a oncologista explica que os médicos precisam encontrar formas mais precoces de identificar o câncer de ovário, além de as próprias mulheres tomarem a iniciativa de solicitarem a realização de exames, como ultrassonografias e ressonâncias magnéticas, e questionarem dos especialistas os sintomas que elas sentem.
De acordo com a especialista, esses exames só identificam o câncer de ovário em estágios avançados da doença e ainda é um desafio para a medicina descobrir uma forma mais rápida de diagnóstico.
Além disso, as mulheres precisam ter um bate papo sério com o profissional que está cuidando delas, sobretudo para evitar a infertilidade ou até mesmo a morte. “Elas precisam saber a especialidade do médico. Se a indicação é de um amigo, você precisa saber quem é esse amigo”, diz o cirurgião ginecológico Renato Moretti Marques, do Hospital Albert Einstein.
R7