O caso mais famoso de tempos ligado à manipulação de emissões de óxido de azoto (NOx) durante testes de níveis de poluição da Volkswagen em motores movidos a diesel, conhecido como ‘Dieselgate’ começa a ter seus efeitos mais graves. Um estudo realizado pela Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e publicado na renomada revista científica Nature, confirmou que essas emissões tem ligação direta com cerca de 38 mil mortes no ano de 2015.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos anunciou, em setembro de 2015, que a Volkswagen utilizava um software ilegal para manipular as emissões de óxido de azoto (NOx) durante seus testes de poluição. Os automóveis, que deveriam cumprir os padrões impostos para diminuição dos gases poluentes, na realidade, apresentaram 40 vezes mais NOx que o permitido. Para o estudo da universidade norte-americana foram analisados os veículos a diesel, leves e pesados, de 11 regiões do mundo, incluindo os 28 países na União Europeia.
Ao todo, os veículos movidos a gasóleo lançaram 13,1 milhões de toneladas de NOx, os investigadores atribuem 4,6 milhões de toneladas deste valor às emissões acima dos limites. Sendo que 90% do total das emissões, estão localizados nos 28 europeus, Estados Unidos, China, Índia e aqui no Brasil, sendo que os países citados emitiram mais que o dobro de gases permitido. As mortes ligadas à emissões de NOx em 2015 chegaram e espantosos 107.600, todos causados por problemas respiratórios que desencadeiam várias doenças; a China é o país mais afetado.
“Este artigo é particularmente importante porque faz a avaliação dos impactos daquilo que ficámos a conhecer como ‘dieselgate’ à escala mundial. O problema do excesso de NOx nos veículos a diesel ganhou importância pública com a descoberta de cerca de 11 milhões de veículos ligeiros da Volkswagen nos EUA e Europa e noutras partes do mundo que continham um dispositivo de manipulação”, afirmou Susan Anenberg, investigadora da empresa consultora norte-americana de Análises ao Ambiente e Saúde. Que ainda completou dizendo que o grupo alemão poderia ter evitado cerca de 38 mil mortes se tivesse cumprido os regulamentos exigidos no controle de emissões poluentes.
O software utilizado pela montadora alemã para fraldar os resultados, era injetar ureia — substância presente da urina — que, ao reagir com os NOx, reduzia as emissões nos testes. Algo que não acontece na estrada.
R7