O Esporte Clube Bahia apresentou hoje Jorginho como o novo técnico. Tetracampeão mundial com a seleção em 1994, ápice de uma carreira gloriosa como jogador, o profissional iniciou a jornada fora dos gramados em 2005, no América-RJ, time que o revelou. O bom trabalho no Campeonato Carioca o credenciou a auxiliar Dunga no comando do Brasil, entre 2006 e 2010.
Campeão da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2009, Jorginho chegou às quartas de final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Após passagem pelo Goiás, quase levou o Figueirense à Taça Libertadores graças a um ótima campanha no Campeonato Brasileiro de 2011 (7º lugar).
Contratado pelo Kashima Antlers, em 2012, ganhou a Copa Nabisco e a Copa Suruga pela equipe japonesa.
Em 2013, dirigiu o Flamengo, no primeiro semestre, e a Ponte Preta, no segundo, quando avançou até à final da Copa Sul-Americana. No ano seguinte, conduziu o Al-Wasl, dos Emirados Árabes Unidos.
A volta ao futebol nacional aconteceu em agosto de 2015, no Vasco, onde só perdeu um dos últimos 15 jogos do Brasileirão. Em 2016, conquistou o Estadual do Rio de Janeiro, de maneira invicta, e conseguiu o acesso à Série A no mesmo dia do Bahia. Agora, estará com a gente na caminhada até dezembro.
Junto com Jorginho, chegam o auxiliar Luis Carlos Quintanilha e o preparador físico Joelton Urtiga.
Carioca, Jorge de Amorim Campos será apresentado oficialmente antes do treino desta quinta-feira (1º).
Primeiro treino
Sob os olhares do técnico Jorginho, o elenco do Bahia trabalhou na tarde desta quinta-feira (1º), no Fazendão. A equipe se prepara para enfrentar o Atlético-GO, na próxima segunda (5), às 20h, na Arena Fonte Nova. A partida é válida pela 4ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Antes da atividade, o presidente Marcelo Sant’Ana, o vice-presidente Pedro Henriques e o diretor de futebol Diego Cerri apresentaram o novo treinador ao elenco no auditório do Fazendão.
No campo, a atividade foi comandada pelo auxiliar Preto Casagrande, que comandou um treinamento técnico e tático, utilizando metade do campo, juntamente com o auxiliar Luiz Iubel.
O meia Régis realizou exame de imagem que constatou uma lesão no músculo posterior da coxa direita, com previsão de recuperação entre 15 e 30 dias, a depender da evolução. O atleta tratou no departamento médico ao lado do lateral Wellington Silva, do zagueiro Jackson e do atacante Hernane.
Nesta sexta (2), os jogadores se reapresentam e trabalham às 15h, novamente no CT.
Veja trechos da entrevista
Animação com novo trabalho
– Eu quero dizer que estou muito feliz de estar aqui. É a primeira equipe do Norte e Nordeste que estrou treinando. Me sinto muito seguro dessa escolha. Conversamos, e cheguei a esse acordo porque tenho certeza que vim para um clube com tradição maravilhosa, com torcida apaixonante. Tive o privilégio de jogar contra a equipe de 88 [campeã brasileira], liderada por Bobô. Me sinto muito feliz por esse momento. Decidi trabalhar em um grande clube. A seriedade que a diretoria tem encarado o trabalho… [Marcelo Sant’Ana] É o mais jovem presidente da Série A, mas com muita competência falada por profissionais. Estou muito feliz por esse momento, muito motivado em fazer história aqui. Quando cheguei, seu Aderbal [funcionário do Bahia], 80 anos de idade, disse que gostou da mala, que é grande. Isso é muito bom. Não vim com duas malas porque vou ficar no hotel primeiro. A minha esposa, com certeza, vai trazer mais coisas. Não estou de passagem. Vim para marcar história. Sei como é difícil o Campeonato Brasileiro. Sabemos o quanto é difícil, temos grandes adversários. Objetivo traçado é ter uma melhor colocação que a do Bahia em 2013, quando foi 12º colocado. A medida que a gente for alcançando nossos triunfos, vamos pensando em algo maior. Sou uma pessoa de muito diálogo. Às vezes as coisas ficam fechadas, mas sei como o trabalho de vocês é importante. Que a gente tenha um relacionamento de muito respeito. É isso que desejo e, principalmente, que o Bahia seja grande e que neste ano a gente tenha grandes conquistas, grandes triunfos. Entro de corpo, alma e coração.
Responsabilidade
– Responsabilidade é muito grande. O Bahia é um time de massa. Já treinei time de massa, já joguei, tirando o América-RJ. É uma responsabilidade muito grande. Por outro lado, fico feliz com a responsabilidade. Gosto de desafios. Venho de família pobre, perdi pai muito cedo. Fui trazido a uma responsabilidade muito cedo. Com 11 anos trabalhava, varria o meu prédio. Tinha que acordar cedo. Sempre fui pautado em cima de desafios e fico feliz por essa aceitação, por trabalho que venho desempenhando. Já fiz bons trabalhos, já fui campeão da Copa das Confederações, Copa América. O Preto Casagrande vai ser abraçado. Um dia ele vai ser o treinador do Bahia. Se depender de mim, tomara que um dia isso aconteça. “Bora Bahêa” mesmo. Estou feliz, motivado e, com certeza, a gente vai realizar um grande trabalho. A gente está entrando em um trabalho bem feito.
Preferência tática
– Tudo depende do material que nós temos na mão. Claro que tenho as minhas preferências. Gosto do 4-2-3-1, 4-1-4-1, o 4-2-4. Muitas vezes essa equipe joga no 4-2-4. Gosto muito de marcação alta, mas nem sempre é possível. Costumo dizer que temos de cinco a sete segundos para fazer essa marcação. Se não conseguir, tem que voltar correndo. Temos que treinar. Uma coisa de repetição para fazer com que esse time jogue por música.
Primeiro dia de trabalho
– Hoje vou estar observando mais. Conversei com Preto, e ele vai estar liderando o trabalho. Tivemos conversa com atletas. Vamos ter conversa com toda comissão técnica. A coisa foi meio corrida. E quanto a estreia, não tenha dúvida que nós temos dois jogos em casa, que são fundamentais para os nossos objetivos. Temos que planejar virada de turno com gordura. Vamos pegar uma equipe, não se enganem, apesar de mudanças, é campeã da Segunda Divisão, tem um treinador que foi meu auxiliar, me conhece muito bem. É uma equipe que tem muito potencial. É jogo difícil porque tendo mais uma derrota a gente sabe como é a pressão. A gente tem que entrar completamente concentrado.