A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que se o Brasil aumentar a participação de mulheres no mercado de trabalho até 2025, pode expandir sua economia em R$ 382 bilhões. Um dos compromissos dos países membros do G20, do qual o país faz parte, é diminuir em 25% a desigualdade de gênero até 2025. De acordo com a OIT, isso teria como consequência um incremento de 3,3% ao Produto Interno Bruto brasileiro ao longo de oito anos. Com a participação feminina, o mercado ganharia uma mão de obra de 5,1 milhões de mulheres, crescendo 5,5 pontos percentuais.
Inserir as mulheres no mercado de trabalho pode levar ao aumento no poder de consumo de bens e serviços das famílias, aumenta também o recolhimento de tributos sobre a renda. De acordo com a OIT, a inserção feminina no mercado acrescentará R$131 bilhões em receita tributária ao longo dos oito anos.
A OIT avaliou também que as mulheres economicamente ativas e empregadas no Brasil são apenas 56%. Em contraste, 78,2% dos homens estão trabalhando. No mundo, a participação feminina é de 49,4% e a masculina de 79,1%. A diferença entre gêneros no Brasil em pontos percentuais arredondados é menor do que no mundo, enquanto o Brasil tem 22%, outros países têm 26%.
Ao ser entrevistada pela BBC Brasil, Thaís Dumêt Faria, técnica da OIT em princípios e direitos fundamentais do trabalho, contou que o estudo atesta que é possível gerar riqueza por meio de inclusão social “É importante focar na escolaridade, porque sabemos que muitas meninas abandonam a escola por questão de gravidez ou problemas familiares. Isso ainda é uma realidade. É importante também ter projetos, como fóruns de empresas. São iniciativas empresariais que buscam fazer um diagnóstico no seu quadro de funcionários e identificar onde estão as maiores disparidades”.
Para ela, “não é só uma questão numérica, (mas sim) de inclusão realmente na sua forma integral. É possível que haja 50% de homens e 50% de mulheres em uma empresa, mas que as mulheres ocupem cargos menores, sem acesso aos cargos de direção. Isso não é uma situação de igualdade”, explica.
Bahia Notícias