O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Antonio Imbassahy, defendeu que a denúncia oferecida contra o presidente Michel Temer não paralise os trabalhos do Congresso Nacional. Integrante do PSDB e ministro responsável pela articulação política do Planalto, Imbassahy disse que nada mudou na decisão do seu partido de continuar apoiando o governo de Temer.
“A Câmara tem uma pauta própria, específica. É claro que [a denúncia] é uma proposta absolutamente importante, mas não vai de forma nenhuma paralisar o Congresso Nacional”, afirmou. Ele disse que, em outros momentos de tensão política, nos últimos meses, o Congresso continuou tomando decisões importantes para o país, a exemplo da aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, ocorrida nessa quarta-feira (28).
Imbassahy conversou com jornalistas ao sair de um evento no Palácio do Planalto, minutos depois de o primeiro-secretário da Câmara, deputado Fernando Lucio Giacobo (PR-PR), notificar Temer sobre a denúncia de corrupção passiva oferecida pela Procuradoria-Geral da República. A partir de agora, o presidente tem dez sessões para apresentar defesa.
De acordo com o ministro, a escolha do deputado que vai relatar o caso cabe exclusivamente ao presidente da Comissão de Justiça e Cidadania (CCJ), deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). “Tem que respeitar a avaliação que ele vai fazer. Naturalmente, será uma pessoa de grande qualificação, que tem uma biografia, que tem um currículo bem conhecido, notável. A gente tem que confiar nas instituições”, defendeu.
Imbassahy ainda criticou o envio de denúncias pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de forma fatiada. Após esta primeira denúncia, há a expectativa de que Janot envie novas acusações contra Temer relacionadas a outros crimes mencionados no pedido de abertura de inquérito feito há algumas semanas, como obstrução de justiça e corrupção ativa.
“Não conheço, sinceramente, a opinião da base aliada [sobre votar todas as denúncias em conjunto ou não]. Evidentemente que isso vai ser analisado dentro do rigor do conhecimento da Constituição e da Câmara, vamos aguardar. Realmente, fazer um fatiamento não é uma coisa que ajuda o país, porque vai piorar a expectativa, vai sempre se gastar energia quando você podia fazer uma coisa de maneira concentrada”, disse.
Sobre o PSDB, legenda que tem quatro ministérios no governo, o ministro disse que a posição tomada anteriormente, de permanecer apoiando Temer, continua valendo. “O PSDB já fez uma reunião, uma Executiva ampliada, há três semanas, e tomou uma decisão por ampla maioria em permanecer no governo, apoiar as reformas e acompanhar as investigações. Foi essa a posição que o PSDB tomou e está mantida”, declarou.