Também conhecido como derrame, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) tem como uma de suas principais sequelas a paralisia facial. O mal súbito, entretanto, também pode causar complicações como déficit de memória, dificuldade motoras e de fala e alterações comportamentais. “A depressão, por exemplo, é relatada em aproximadamente 50% dos casos”, afirma o neurorradiologista do Hospital das Américas, do Rio de Janeiro (RJ) Eduardo Wajnberg.
De acordo com Wajnberg, o AVC pode ser classificado de duas formas: AVC hemorrágico, que se caracteriza por um sangramento dentro do cérebro e abrange 20% dos diagnósticos; e AVC isquêmico, mais comum, que corresponde a 80% dos casos e é provocado pela obstrução de uma artéria que leva sangue ao cérebro.
Geralmente, o coágulo que causa essa obstrução no AVC isquêmico se forma em vasos perto do coração e é levado até o cérebro por conta da alta demanda desse órgão por sangue, diz o especialista.
— Quase um quarto do nosso sangue vai somente para região cerebral.
Os fatores de risco para o derrame são os mesmos que aqueles para infarto e outras doenças cardiovasculares: estresse, hipertensão, sedentarismo, má alimentação, obesidade e tabagismo, além de idade superior a 55 anos.
Quais são os sintomas?
Segundo o médico, no momento em que sofre o AVC isquêmico, a pessoa tem sintomas como fala amarrada, formigamento e falta de força nos membros superiores. “O importante é que o atendimento em um hospital seja feito o mais rápido possível, porque as sequelas vão depender do tamanho da lesão — que pode aumentar conforme as horas passam — e da região atingida. A cada minuto que o cérebro passa em isquemia, 2 milhões de neurônios são perdidos”, diz.
Como este tipo de derrame é tratado?
Geralmente, o tratamento no hospital é feito com medicamentos trombolíticos, capazes de dissolver o coágulo presente no cérebro e reestabelecer o fluxo sanguíneo sem deixar sequelas nos pacientes — se ministrados até 4,5 horas após o início dos sintomas. Em alguns casos, o indivíduo é encaminhado para uma intervenção cirúrgica em que um cateter especial retira o coágulo.
Wajnberg reforça a importância do atendimento imediato para um prognóstico positivo após o AVC, seja ele isquêmico ou hemorrágico. Dados da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares apontam que aproximadamente 70% das pessoas não retornam ao trabalho após um derrame devido às sequelas e 50% ficam funcionalmente diferentes.
R7