O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) os anexos de sua proposta de delação premiada. Agora o ex-deputado aguarda um posicionamento do grupo de trabalho da Lava Jato. De acordo com o site Valor Econômico,a expectativa dos investigadores diante do conteúdo não é das mais otimistas, já que Cunha e seu ex-sócio, Lúcio Funaro, buscam meios para sair da prisão. Ambos demonstraram interesse em delatar, mas a PGR estabeleceu que apenas um deles se tornará colaborador da Justiça. Além disso, o que Cunha e Funaro têm a dizer são basicamente a mesma coisa. As delações de ambos têm como pano de fundo a segunda denúncia que a PGR apresentará contra o presidente MIchel Temer, prevista para ser encaminhada em agosto ao Supremo Tribunal Federal (STF). A peça acusará Temer de ter obstruído investigações ao dar anuência pessoal à compra do silêncio de Cunha e Funaro. A situação do ex-sócio de Cunha é considerada mais “desconfortável”, o que torna sua eventual delação mais promissora. Além de relatos de ser violento, com pelo menos dois casos registrados de ameaças de morte a pessoas próximas, Funaro arrastou familiares para o processo. A irmã, Roberta, foi presa por ser filmada recebendo uma mala com R$ 400 mil da JBS. Dante, o irmão, já foi alvo de operações recentes da PF. Em comparação com Cunha, a avaliação é que Funaro teria mais provas concretas a entregar, mas pesa contra ele a inconstância de comportamento.
Bahia Notícias