Um trabalhador quilombola foi morto a tiros em Lençóis, na Chapada Diamantina. O crime ocorreu no povoado de Iúna, na madrugada de domingo (16). Este é o segundo assassinato de trabalhadores rurais quilombolas em menos de uma semana. Na quinta-feira (13), o líder quilombola José Raimundo Mota de Souza foi morto a tiros em Antônio Gonçalves, na região de Senhor do Bonfim, no Piemonte Norte do Itapicuru . Sobre o crime em Lençóis, que vitimou Lindomar Fernandes Martins, de 37 anos, a delegada Mariella Campos Sales Silvério, titular da delegacia da cidade, disse que não há indícios de o homicídio ter sido provocado por conflito de terra. “Até agora, o que foi apurado não aponta motivação por crime de conflito agrário. E conversando com familiares, eles disseram que nunca houve reinvindicação de posse da terra deles”, declarou ao Bahia Notícias. Segundo ela, a suspeita é que o trabalhador tenha sido vítima de latrocínio [roubo seguido de morte]. Lindomar Fernandes estava com uma moto antes do crime, e o corpo dele foi encontrado depois sem o veículo. Até o momento, a autoria e a motivação do crime ainda são desconhecidas. Em nota, o Incra-BA [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] lamentou a morte dos dois trabalhadores rurais quilombolas. “O Incra/BA recebeu com pesar a notícia do crime envolvendo mais um trabalhador rural quilombola no estado, em menos de uma semana. E presta solidariedade à família do agricultor Lindomar Fernandes Martins, 35 anos, que morreu na madrugada do domingo (16)”, afirmou. A instituição disse que cobrará apuração dos casos pela Polícia Civil e pela Delegacia Agrária. “Espera-se que as investigações, a serem realizadas pelos órgãos do sistema de Justiça, esclareçam os fatos”, conclui.
Bahia Notícias