O governo israelense decidiu suspender o uso dos detectores de metais que havia instalado nos acessos à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, após a medida provocar uma onda de violência. O Gabinete de segurança aceitou “a recomendação de todos os órgãos de segurança para trocar a inspeção com detectores de metais por uma verificação com base em tecnologias mais avançadas e outros métodos”, informou o escritório do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.
Israel havia instalado detectores de metal nas entradas do complexo, que abriga a mesquita Al-Aqsa e o Domo da Rocha, depois que dois policiais israelenses foram mortos em um ataque no dia 14. O país justificou a decisão alegando que os agressores esconderam as armas na Esplanada e que saíram de lá antes de atacar os policiais.
Desde então, os confrontos entre manifestantes e as forças de segurança israelenses deixaram cinco palestinos mortos e dezenas de feridos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, onde três israelenses foram assassinados por um palestino em uma colônia. A decisão de suspender o uso dos detectores ocorre horas após a ONU advertir que a crise deveria ser resolvida antes de sexta-feira, diante do risco de uma escalada de violência.
A crise também foi tratada por telefone por Netanyahu e o rei Abdullah II, da Jordânia, um dia após um incidente na Embaixada de Israel em Amã, no qual um jordaniano morreu e um israelense ficou gravemente ferido. Os Estados Unidos enviaram a Israel um conselheiro de alto escalão do presidente americano Donald Trump para tentar diminuir as tensões na área, que os judeus denominam Monte do Templo.
Os palestinos interpretavam a instalação dos detectores de metal como um movimento de Israel para reforçar o seu controle sobre a Esplanada e modificar o status quo em vigor há décadas, que diz que os judeus podem ir até lá em horários determinados e não podem rezar.