O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão, Thomas Bach, admitiu que pode ter havido compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos realizados em 2016. O mandatário concedeu entrevista coletiva na noite da última segunda-feira (11), em Lima, no Peru, onde executivos da entidade estão reunidos para oficializar a escolha de Paris e Los Angeles como cidades-sede, respectivamente, dos Jogos de 2024 e 2028.
“Acho que fomos claros na declaração de que a credibilidade é extremamente importante. Não só nas competições, mas também na organização das competições. Isso faz parte da agenda 2020. Mudamos o processo de candidatura, temos novas regras, mas isso não nos faz imune. Nenhuma organização é, nenhuma lei é perfeita. Temos regras, mas qualquer lei pode ser quebrada. Vamos agir em cima das infrações. Isso é o que se pode esperar da organização. Nesse caso em particular, quando as evidências forem fornecidas, vamos agir. Agimos um ou dois dias depois das evidências sobre o senhor Diack”, declarou.
Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) entre os anos de 1999 e 2015, teve um cargo no COI e deixou a entidade em 2015. A escolha da cidade-sede de 2016 aconteceu em 2009. Ele tinha grande influência no bloco africano.
Bach ainda disse que o COI tem interesse que o caso seja resolvido. “Queremos descobrir tudo, tudo o que pode nos afetar. Por isso somos parte nos inquéritos no Brasil e na França. Cada um tem um julgamento sobre a imagem de alguém. Você pode gostar de alguém e seu amigo, não. Não podemos atuar com base no julgamento da imagem de uma pessoa, e sim em evidências”, disse.
Mais cedo, o COI divulgou uma nota oficial sobre o caso. Leia na íntegra:
O Comitê Olímpico Internacional (COI) está totalmente empenhado em proteger a integridade do esporte. A credibilidade é um dos três pilares da Agenda Olímpica 2020, o roteiro estratégico para o futuro do Movimento Olímpico. Como parte deste programa de reforma, foi introduzido um novo sistema de boa governança do COI. É forte e abrangente também no que diz respeito à eleição de cidades-sede para os Jogos Olímpicos. Como qualquer outra organização, o COI não será imune a nenhuma infração, mas fortalecemos significativamente a prevenção e o sistema de punições.
O Comitê Executivo do COI reafirmou hoje que é evidente que as infrações do passado também serão abordadas. No que diz respeito à investigação sobre o ex-presidente da IAAF Lamine Diack e seu filho, Papa Massata Diack, o procurador francês afirmou que há indícios de que os pagamentos foram feitos em troca de votos “sobre a designação de cidades-sede para os maiores eventos esportivos globais “. Neste contexto, no que diz respeito aos votos das cidades-sede dos Jogos Olímpicos no passado, o COI tomou medidas imediatas. O COI juntou-se ao inquérito como parte civil há mais de um ano. Logo após a apresentação de evidências contra o Sr. Lamine Diack, ele perdeu sua participação honorária no COI em novembro de 2015, seguindo as ações do COI.
A Comissão de Ética do COI também solicitou aos advogados brasileiros que entrem em contato com as autoridades judiciais brasileiras no que diz respeito à sua mais recente investigação de corrupção sobre a votação de 2009 para a atribuição dos Jogos Olímpicos de 2016, para solicitar informações.
A Comissão de Ética do COI está acompanhando esse assunto. Onde provas forem fornecidas, agiremos
Bahia Notícias